Os 16 municípios que compõem a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), registraram no último ano crescimento de 98,29% em usinas de microgeração de energia solar. Em um ano a região instalou 2.558 unidades geradoras. Com o potencial de crescimento para 2022, o número deve ultrapassar as 2,6 mil unidades.
Os dados da região sobre novas instalações de micro usinas geradoras a partir da radiação solar, ficam acima dos percentuais verificados em todo o Rio Grande do Sul. A potência instalada de energia solar em solo gaúcho atingiu 1.001,2 megawatts (MW) em 2021, crescimento de 74,15% ante o volume de 2020.
O estado segue na terceira colocação no país nesse indicador, atrás de Minas Gerais e São Paulo. Apenas esses três têm potência instalada acima dos mil MW no Brasil. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar).
DESTAQUE
Entre os municípios que estão incluídos na Amvarp, o destaque de crescimento em unidades de geração de energia solar está Mato Leitão, que registrou aumento de 591,6% no número de unidades geradoras, foram 12 (2020) para 83 (2021) instaladas em um ano. Na sequência aparecem Rio Pardo, com crescimento de 204,4%, passou de 45 instalações em 2020, para 137 em 2021.
Já Santa Cruz do Sul fechou o ano passado com aumento de 126,9% nas unidades geradoras, passando de 482 em 2020 para 1.094 instalações em 2021. Fechando os municípios em destaque, está Venâncio Aires, com aumento de 111,3% nas unidades geradoras. Em 2020 a Capital do Chimarrão implantou 334 unidades, e em 2021, foram 706.
ECONOMIA
O agricultor Abedriel Duarte faz parte desse crescimento exponencial registrado no último ano. Por meio da Solled Energia, o produtor de arroz decidiu em setembro de 2021 investir na geração própria de energia e economizar na conta de luz que crescia mês a mês. “Em meses fora da safra como outubro, por exemplo estava gastando em média R$ 3 mil por mês. Agora baixou para R$ 800 a R$ 1 mil”, comemora.
Mas a grande diferença ainda está por vir pois é nos meses de março a junho que a safra de arroz exige mais energia para manutenção do silo e bombeamento de água para a lavoura, elevando a despesa para cerca de R$ 8 mil por mês.
Ele explica que a elevação no custo com energia principalmente no último ano impactava nos ganhos obtidos com a produção de 15 mil sacos nos 100 hectares. “Conseguir reduzir esse custo faz muita diferença. Essa será a pior safra em 16 anos que planto arroz, o investimento veio na hora certa”.
Esta será a primeira safra com geração de energia solar. As 124 placas instaladas nos telhados dos silos geram 60% da capacidade de consumo que é acompanhado em um aplicativo de monitoramento da Solled. O investimento contou com crédito disponível no mercado, facilitando ainda mais as condições de implantação da usina. “Antes eu pagava uma conta de energia mensalmente, sem fim. Hoje eu pago uma parcela que tem prazo para acabar”, avalia o agricultor.
MERCADO AQUECIDO
A história de Abedriel Duarte é uma dos 850 novos clientes da Solled Energia somente em 2021. Foram mais de 47 mil módulos solares vendidos e 20MW. Até 2020, eram 1.619 usinas fotovoltaicas instaladas.
O desempenho alcançado no ano em que completou 10 anos de atuação no mercado gaúcho de energia solar fotovoltaica fez com que a empresa superasse a meta e chegasse à marca de 76% de crescimento em relação ao ano anterior. “O mercado aqueceu muito no segundo semestre em função principalmente dos aumentos das contas de energia elétrica, bandeira tarifária, e, principalmente, em função da crise hídrica”, salienta a diretora da Solled, coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar) e diretora do Grupo G5 Solar, Mara Schwengber.
A empresa, que é parceira comercial da multinacional brasileira WEG, segue a estratégia de crescimento, com foco no oferecimento das melhores tecnologias em geração de energia limpa e renovável, sempre no intuito de gerar aos clientes mais economia e sustentabilidade nos negócios. “A nossa expectativa para 2022 é crescer 40% em relação ao ano passado. Já a projeção de crescimento do setor é de 105% sobre tudo que já foi instalado de 2012 a 2021”, declara.
FOTO DESTAQUE: Divulgação/AI Solled
FOTO PRODUTOR: Guilherme Siebeneichler