Universidades da região poderão ficar sem Fies

Janine Niedermeyer
setembro21/ 2016

Ao longo de 2015 os atrasos de repasses do governo federal referente ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) já vinha gerando debates sobre o futuro do programa. Neste ano a situação foi regularizada, porém com corte drástico no número de vagas oferecidas por meio do crédito federal.

Neste segundo semestre, Univates garantiu 58 matriculas por meio do Fies, e outras 83 na Unisc. Os atrasos alcançam R$ 150 milhões nos caixas das instituições de ensino superior gaúchas. Tal situação já coloca em risco as próximas matriculas de estudantes para 2017, além dos novos contratos, realizados após o vestibular.

“Neste semestre, matriculamos os alunos sem o aditamento e assumimos o risco, mas não vamos abrir a matrícula para o próximo semestre se isso não for pago”, disse o presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), Martinho Luís Kelm.

A entidade cogita deixar de oferecer o financiamento federal e já trabalha formas para ampliar o crédito próprio para garantir a matricula dos vestibulando no próximo processo seletivo. “Se esse processo não se desenrolar até o fim do ano, os estudantes serão prejudicados e a universidade não vai conseguir cumprir com suas obrigações em dezembro”, sustenta a reitora da Unisc, Carmem Lúcia Helfer, em entrevista à rádio Guaíba.

Nesse caso, o que provoca o atraso do repasse não é a falta de dinheiro do governo federal, mas a burocracia envolvida para a liberação da verba. Não há previsão orçamentária para o pagamento e autorizá-lo sem isso configuraria pedalada fiscal. A expectativa dos reitores é de garantir suplemento orçamentária para efetivar o repasse de R$ 700 milhões e equilibrar o caixa do programa.

PROJEÇÃO

Em meio ao recesso com o Fies, as duas instituições de ensino superior da região, Unisc e Univates, colocaram a todo vapor seus créditos próprios, o CrediUnisc e CrediVates. No campus de Venâncio Aires, por exemplo, a coordenadora do campus da Unisc, Andréia Haas comenta que já se planeja um CrediUnisc específico para a unidade local.

“Será um financiamento de 30% do ensino superior, com 50 vagas em Venâncio, para começar a pagar 30 meses após a conclusão do curso”, projeta Andréia.

Foto: Gean Naue/ Olá Jornal

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Janine Niedermeyer