A Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Fumo (Fentifumo) abre o período de negociação salarial com reivindicação de 5% de reajuste e pedido de cautela por parte das empresas na possível aplicação de novas regras trabalhistas. Com a aprovação da reforma trabalhista, esta é uma das principais novidades da pauta entregue ao Sinditabaco na terça-feira, 24, durante reunião em Santa Cruz do Sul.
O presidente da Fentifumo, José Milton Kuhnen, explica que os sindicatos solicitam que questões envolvendo terceirização e reforma trabalhista não sejam unilaterais e sim dialogadas com os trabalhadores. “Existe uma preocupação porque até mesmo órgãos superiores como a associação de magistrados têm se colocado contra as mudanças na lei. Apontam que os principais itens são inconstitucionais e, por conta disso, pontuamos para que sejam discutidos”.
Esta é a primeira negociação após a aprovação da reforma trabalhista que modificou mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permitindo mudanças como a prevalência do acordado entre patrões e empregados sobre o legislado nas negociações trabalhistas. Há alterações ainda em aspectos como férias, jornada de trabalho, plano de carreira e trabalho em casa. A federação representa os sindicatos dos três estados do sul.
REAJUSTE
O índice de reajuste apresentado pelos trabalhadores de 5% considera o INPC do período (1.63 aproximadamente) mais 3.37 de aumento real. O piso atual da categoria está em R$ 1.069,20 e passaria para R$ 1.122,66. A pauta ainda trata de demais itens para a convenção coletiva de trabalho, entre eles auxílios como médico e de alimentação. A primeira rodada de negociação entre trabalhadores e empresas acontecerá no dia 13 de novembro, às 13h, em Lages. O presidente da Fentifumo espera que as indústrias apresentem proposta aceitável para que seja levada às assembleias de cada sindicato.
ELEIÇÃO
Na última semana, quarta-feira, 25, também houve eleição da nova diretoria da Fentifumo. Kuhnen foi reeleito como presidente com mandato até 2022, tendo como vice Gualter Baptista; tesoureiro Sérgio Pacheco; primeiro secretário, Vilmar de Faveri; segundo secretário, Sebastião Rocha e como diretor social e de patrimônio, Udo Reif. Como principal desafio, o presidente considera o impacto que as bases sofrerão com a extinção do imposto sindical, caso o governo não sancione a Medida Provisória que prometeu prevendo a possibilidade de que a contribuição seja paga mediante aprovação em convenção coletiva.