“O tabaco não é proibido no Brasil e enquanto continuar assim nós temos que fazer a defesa do setor pelos produtores, sua economia e o que eles geram de oportunidades”. A frase do deputado estadual Edson Brum (MDB) é mais do que um alerta para as restrições impostas ao setor. É a garantia do apoio do governo do estado a fumicultura e à transformação do consumo por meio do dispositivo de tabaco aquecido.
A nova tecnologia permite que o tabaco não entre em combustão eliminando, segundo pesquisas das indústrias, 95% das substâncias nocivas. Esteve em evidência na Expoagro Afubra quando o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou apoiar não somente a fumicultura como o tabaco aquecido. Da mesma forma o presidente da Afubra, Benício Werner.
“O governo e a Afubra são favoráveis a esse tipo de tecnologia que mantém o homem no campo, que gera emprego, renda, que dá oportunidades geradoras de realizar os seus sonhos daqueles produtores que estão lá no interior plantando o tabaco, o tabaco não desaparece com isso”, afirma Brum. Sobre a regulamentação dos novos produtos, revela que há uma grande expectativa que a Anvisa autorize o tabaco aquecido que espera sua regulamentação enquanto vê circulando produtos contrabandeados. “Nós não podemos ficar inertes aguardando pacientemente a Anvisa decidir sob pena das pessoas estarem usando um produto de forma ilegal”, avalia.
Do mesmo partido do vice-governador Gabriel Souza (MDB), o deputado reforça o apoio a cadeia produtiva. “Não é um setor proibido, muito menos criminalizável. Todos os produtores merecem nossa admiração, respeito e também políticas públicas que possam atender os seus reclames, os seus anseios e o governador ainda frisou na sua fala a questão do cigarro”.
COP10
Em ano de 10ª Conferência das Partes (COP10) da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT), Brum defende que o tratado assinado pelo Brasil em 2005 contribuiu para a queda da produção passando de 198 mil produtores em 2004 para 125 mil em 2023. Ressalta sua preocupação enquanto parlamentar e a necessidade de defesa institucional.
“Nós já conversamos com o Sinditabaco e com a Afubra da nossa preocupação enquanto Assembleia Legislativa e nós temos alguns deputados da nossa região que defendem a cultura do tabaco, defendem o produtor de tabaco, a economia. Nós teremos uma representação bem robusta para ir ao Panamá discutir essas questões mesmo nós sendo mal vistos, mal interpretados e que muitas são as vezes que os parlamentares são impedidos até de participarem das reuniões”, afirma Brum. A COP10 será em novembro, no Panamá.