Somente 5% dos produtores de tabaco têm recurso de programas sociais do governo

Olá Jornal
novembro15/ 2023

Somente 5% dos produtores de tabaco da Região Sul do Brasil recebe algum tipo de recurso proveniente de programas sociais do governo. É o que revela pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por meio do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (CEPA/UFRGS). Apenas um produtor de tabaco no Paraná informou que recebeu Auxílio Educação no valor de R$ 980 o que corresponde ao valor atual aproximado do auxílio.

Trata-se de um valor anual concedido pelo governo federal para cada estudante menor de 18 anos, membro de uma família comprovadamente de baixa renda. Atualmente, o valor máximo do auxílio educação é de R$ 984 pago em parcela única anual e é destinado à compra de material escolar e uniforme dos estudantes.

Além do Auxílio Educação, alguns produtores de tabaco (1%) informaram ainda que recebem outros auxílios provenientes de programas sociais do governo, em média, por ano, R$ 1.400. O valor mais alto informado foi no Paraná (R$ 1.850,10). Nos outros estados (Rio Grande do Sul e Santa Catarina) os valores informados foram de R$ 1.300.

Já o Bolsa Família nenhum produtor informou receber este auxílio do governo. Para o professor coordenador da pesquisa, Dr. Luiz Antonio Slongo, o dado mostra que o produtor não precisa deste recurso e, ao mesmo tempo, não pesa no orçamento público. “Deve representar um alívio para o próprio governo, que não precisa despender recursos para essas pessoas. Sem falar que essa condição faz com que eles também se estimulem a estudar, a gente viu pelos anos de estudo dos produtores, eles melhoraram, avançaram muito nos anos de estudo, eles se educaram mais”, avalia.

RIQUEZA
A baixa utilização reflete o bom nível socioeconômico dos produtores de tabaco. O levantamento também aponta que o produtor de tabaco ganha 140% a mais do que a média do trabalhador brasileiro. Consideradas todas as fontes de renda, os produtores de tabaco atingem a média total mensal de R$ 11.755,30, ficando a renda per capita em R$ 3.935,40, enquanto a renda per capita no Brasil é de R$ 1.625,00 (IBGE, 2022).

Com esse rendimento, 6,7% dos produtores de tabaco enquadram-se no estrato A (mais do que o dobro dos 2,9% verificados no Brasil), 6,1% no estrato B1 (no Brasil, o índice é de 5,1%) e 67,2% no estrato B2 (mais de quatro vezes o que se verifica em termos nacionais, onde está 16,7% da população). O melhor padrão social é também verificado nos níveis mais baixos da escala, pois os estratos C1, C2, C3 e D abrangem quase 76% da população brasileira e junto aos produtores de tabaco.

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