Na tarde desta quinta-feira, 28, sindicatos membros do Comitê Suprassindical de Venâncio Aires estiveram reunidos para discutir ações de mobilização contra a proposta de Reforma da Previdência. Os membros das entidades representativas das principais categorias se organizam para apresentar aos trabalhadores pontos negativos da proposta, que tem sido defendida pelo Governo Federal.
Presidentes e diretores dos sindicatos dos Trabalhadores das Indústrias do Fumo e Alimentação; Trabalhadores Rurais; Metalúrgicos e Trabalhadores do Calçado e Vestuário, se reuniram para discutir pontos do texto encaminhado ao Congresso Nacional. Para os dirigentes sindicais, o projeto resultará em perdas financeiras imediatas no município e aos trabalhadores. Na avaliação do comitê, a atual proposta pretende desmantelar a Previdência Social.
Estas perdas serão listadas em informativos e distribuídos nas empresas e comércio. O objetivo do grupo é de alertar os trabalhadores e a população em geral sobre diversos pontos do texto, que resultarão em perda do poder aquisitivo, bem como, no empobrecimento do trabalhador. Na próxima quinta-feira, 07, um encontro entre o Comitê e o deputado Heitor Schuch (PSB), às 14h no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, pretende apontar as perdas projetadas, caso a reforma seja aprovada.
O grupo também utilizará o espaço da tribuna livre do Parlamento Municipal, na tentativa de envolver os vereadores venâncio-airenses na discussão.
PERDAS DE R$ 7 MILHÕES
Os principais alvos de discussões na reforma são o tempo de contribuição, idade mínima para se aposentar e o teto de gastos. Porém um dos pontos já debatidos se refere às perdas que ocorrerão com o Programa de Integração Social (PIS). Isso porque, pelo texto da reforma, passará a ter direito apenas o trabalhador que tiver remuneração mensal de um salário mínimo. Atualmente o abono salarial é pago para quem recebe até dois salários mínimos. A estimativa do Comitê Suprassindical é de que esta mudança acarretará em perdas que somam R$ 7 milhões a menos na economia do município, por ano.
Além disso, o salário-família, também poderá passar a ser pago para o trabalhador que recebe o salário mínimo. Com isso, a maioria das categorias representadas não terão acesso aos valores extras. Atualmente o salário-família é de R$ 40,54 para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 907,77 e de R$ 32,80, para o quem recebe até R$ 1.364,43. Neste último se enquadram a maior parcela dos trabalhadores de Venâncio Aires, em especial os safristas.
“A reforma é covardia, só atinge o trabalhador mais pobre, não atinge os militares, Judiciário e políticos. Precisamos nos mobilizar para mostrar ao povo quantas perdas poderão ocorrem se este projeto for aprovado,” destacou durante o encontro o presidente do Sindicato do Fumo, Rogério Siqueira.
VOTAÇÃO
A votação da PEC (proposta de emenda à Constituição) da reforma da Previdência deve ocorrer até o mês de junho na Câmara dos Deputados. Entretanto, parlamentares têm questionado diversos pontos do texto, em especial o benefício para os agricultores. A equipe econômica do Governo Federal insiste na necessidade de que a reforma represente uma economia de aproximadamente R$ 1 trilhão em 10 anos.