A divulgação de uma sindicância na Prefeitura de Venâncio Aires para averiguar o desaparecimento de 1.782 colchões de solteiro, avaliados em R$ 461,5 mil foi pauta de debates também na sessão da Câmara de Vereadores nesta segunda-feira, 24. A investigação interna na Administração Municipal foi assinada pelo prefeito Jarbas da Rosa (PDT) no último dia 11. O sumiço foi apontado em um inventário realizado pela Coordenadoria de Controle Interno. A portaria estabelece que uma comissão de servidores terá 90 dias para apresentar um relatório sobre a situação. Os colchões foram adquiridos com recursos direcionados para suporte das famílias afetadas após as enchentes de maio.
O assunto foi abordado por diversos parlamentares, entre eles, Ezequiel Stahl (PL), que destacou a necessidade de apuração do fato, lembrando também que no último ano um pedido de CPI foi protocolado, mas arquivado na Câmara, para apurar outras denúncias envolvendo doações durante as enchentes. “No ano passado tentamos uma CPI para investigar situações como essa e foi arquivada. Talvez teríamos evitado esse sumiço.”
Jeferson Schwingel (PP), o GP, também abordou o assunto e pediu esclarecimento por parte do Governo Municipal. “ Estamos diante de colchões fantasmas[…] Não há nada que comprove a entrega ou existência, mas foram pagos […] Mas eu tenho a certeza que tem gente que não está dormindo até explicar tudo isso.”
Gerson Ruppenthal (PDT) destacou que ações já foram efetuadas para averiguar a situação. “A sindicância foi uma iniciativa tomada para esclarecer os fatos.”
O líder de governo, Nelsoir Battisti (PSD), informou que a investigação já foi aberta na Administração Municipal para analisar os fatos. “O prefeito mandou investigar. Se houve o erro, vamos apurar. O prefeito Jarbas recebeu do Controle Interno e de imediato solicitou a investigação.”
DENÚNCIA
Ainda na noite desta segunda-feira, o vereador Elígio Weschenfelder (PSB), popular Muchila, informou que protocolou uma denúncia ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS). O fato envolve uma servidora em cargo comissionado que atuava como fiscal de um contrato no qual a irmã era a contratada para prestar serviços de massagem.
Segundo Muchila, a situação configura irregularidade, e há indícios de fraude nos pagamentos, já que foram feitos por serviços não prestados, utilizando nomes de pessoas que não receberam o atendimento. Conforme o parlamentar, por mês, a contratada pelos serviços recebia entre R$ 10 mil a R$ 12 mil. O salário pago para a CC era de cerca de R$ 9 mil. “Além de ser afastada, a servidora precisa devolver os recursos pagos de forma irregular,” comentou.
O assunto também está em investigação interna na Administração Municipal, com a exoneração da servidora envolvida, segundo informaram vereadores da base governista.