Mais do que apenas participar, não foi ganhar a palavra de ordem, mas sim aproveitar cada hora e dia para trocar ideias e conhecer realidades distintas do dia a dia, vivido, em Venâncio Aires, por exemplo. Algo que valeu também para quem veio de outras regiões do Brasil para o município de Cotia, em São Paulo.
Durante a 1ª Eco-marathon da Shell no Brasil e na América Latina, estudantes do ensino médio, até aqueles inseridos na graduação em universidades, estiveram na cidade paulista, para levar a prova seus projetos, na pista do Kartódromo Granja Viana.
Uma equipe que chamou atenção foi a Eco Opala do Instituto Federal do Piauí (IFPI). Formada por 11 membros, o time foi um dos que percorreu as maiores quilometragens de ônibus para chegar na competição. A gerente de marketing e administração, Flávia Freitas ressalta que o projeto foi criado em abril de 2013. “Nessa época existiam 13 membros, todos estudantes do curso de bacharelado em engenharia mecânica”.
DESAFIOS
Foi em 2014 que a Eco Opala passou a competir e conforme Flávia, uma das grandes barreiras é adquirir material para o protótipo. “Apesar de podermos solicitar alguns pelo instituto, geralmente é um processo bastante moroso, além de não encontrarmos o material no nosso estado, ficando assim dependentes de transportadora e fretes”.
Segundo ela, quando não é possível solicitar a compra pelo IF, geralmente se pagas do próprio bolso. “Às vezes conseguimos parcerias, mas elas são escassas, um reflexo de como a indústria piauiense vê o incentivo ao desenvolvimento e tecnologia”.
Projetando o próximo ano, Flávia enfatiza que a ideia é conseguir aumentar a equipe para 16 membros. Na atual formação de 11 pessoas, duas alunas são do ensino médio e cursam o técnico em mecânica. “Esses onze, estão rígidos entre as gerências de estrutura, marketing e administração, Power training, elétrica e segurança. Nossa ideia para o próximo ano é pegarmos mais estudantes do ensino médio dos técnicos de mecânica e eletrônica, fechando 16 membros”.
Na Eco-marathon, 36 equipes marcaram presença, oriundas também dos estados do Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.
PROJEÇÃO
Para equipe Gefisul, do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) campus Venâncio Aires, o momento é de reestruturar o grupo para os próximos anos. Conforme o coordenador do curso de eletromecânica, Jordan Trapp, que lidera o projeto, agora ficam os estudantes de informática Samuel Teixeira e Eduardo Mendes (que foram junto para Eco-Marathon nas funções de co-pilotos) e captar novos alunos, para postos como de tradutor e mecânicos.
Em termos de infraestrutura do protótipo elétrico, Jordan explica que a ideia é manter a base e no próximo ano voltar a participar do evento da Shell.
“Queremos promover melhorias, como retirar peso do veículo, fabricação de novas peças e alterar o centro de gravidade no protótipo, para posição do piloto ser mais variável”.
Além disso, em Passo Fundo o professor Juliano Poleze (que foi junto com o Gefisul para Cotia) vai desenvolver um veículo com alunos de Engenharia Mecânica na modalidade de combustão. O professor Jordan Trapp ainda destaca que uma empresa de Canoas, da área automotiva, mostrou interesse em apoiar o protótipo após o desempenho deste ano.
O protótipo da equipe Gefisul foi desenvolvido desta vez com o apoio das empresas Multserv, Fiberglass Torres e Pablo Racing.
Foto: Arquivo Pessoal