Setembro com mais atenção à vida

Olá Jornal
setembro03/ 2020

O mês conhecido como Setembro Amarelo, será a oportunidade para debater o suicídio. Em Venâncio Aires um plano amplo foi lançado para traçar medidas e criar uma padronização de atendimentos para prevenir novos registros. O assunto ganha destaque também, após 2019 ser o pior em registros de mortes autoprovocadas no Rio Grande do Sul, em 10 anos. Ao longo do ano passado, em Venâncio Aires foram registrados 26 casos de suicídios. A taxa para cada 100 mil habitantes, foi de 37,22. Em 2020 esta taxa está em 15,75 com 11 registros do tipo.

Como comparação, Santa Cruz do Sul registrou em 2019, 23 registros absolutos de suicídios, porém, a taxa é de 18,24 para cada 100 mil habitantes. Em meio a pandemia, o assunto também ganhará destaque, por conta das doenças mentais. Na avaliação do Comitê Municipal de Prevenção ao Suicídio de Venâncio Aires, a situação atual de isolamento garante proximidade entre os familiares. “Isso acaba ajudando a acompanhar pessoas que precisavam de ajuda. As projeções são de aumentos das doenças mentais no pós-pandemia, por isso será importante um plano maior para ajudar na identificação de possíveis casos,” destacou a coordenadora do comitê municipal, Patrícia Antoni, durante o lançamento do Plano Municipal de Saúde Mental, no mês passado.

A projeção atual da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de aumento entre 20% e 30% de doenças mentais, por conta do estresse envolvido nas ações de isolamento social durante o enfrentamento da Covid-19. Por isso, o assunto ganha ainda mais força e mobiliza ações do poder público para frear números nada positivos nas estatísticas locais.

PROTEÇÃO
Como forma de minimizar os efeitos da pandemia, a Prefeitura de Venâncio Aires colocou em funcionamento um serviço eletrônico de atendimentos. Por meio do site da prefeitura, o cidadão pode buscar suporte de psicólogos e profissionais da rede pública.

O atendimento funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e tem como finalidade identificar, precocemente, possíveis casos e reações que podem levar ao suicídio. Desde abril, quando o Dr. Protege Saúde Mental foi lançado, já foram realizados 68 atendimentos.

Deste total, 76,5% foram mulheres, com idades entre 21 e 40 anos. Entre as pessoas que utilizaram o serviço online, 73,4% informou que não possui nenhum tipo de acompanhamento com serviço de saúde. Já 45,6% solicitaram ligação de um profissional de saúde mental para conversar.

REALIDADE
O ano passado foi o ano com maior número de suicídios registrados no Rio Grande do Sul, na década. Se com os números absolutos, Venâncio ocupava a sétima posição no ranking, com 26 casos totais, quando é avaliada a taxa de mortes autoprovocadas, a Capital do Chimarrão lidera o ranking. Isso porque, leva-se em consideração os casos para cada 100 mil habitantes (proporcionalmente).

A taxa venâncio-airense em 2019 foi de 37,22. Na sequência aparece a cidade de Pelotas, com 343 mil habitantes e taxa de 17,50 (60 casos de suicídios em 2019).

No ano foram registrados 1.405 casos do tipo no Rio Grande do Sul. Em 2020 já são 796 registros no estado.

ONDE BUSCAR AJUDA?

  • CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).
  • UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospital
  • Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita)
  • Doutor Protege Saúde Mental – no site da Prefeitura onde é feito um breve questionário. Após responder, profissionais da rede de saúde e/ou membros do Comitê entram em contato para indicar e identificar qual fluxo a pessoa deve seguir.

FOTO: Divulgação/ONU

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