Após nova reunião a situação segue a mesma nas negociações entre as indústrias de tabaco e os trabalhadores da categoria. Encontro realizado na manhã desta sexta-feira, 20, em Santa Cruz do Sul reuniu sindicatos e representantes das empresas na sede da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Fumo.
Segundo as informações relatadas pelo presidente sindical dos trabalhadores da categoria em Venâncio Aires, Rogério Siqueira a reunião encerrou em clima de decepção. “As empresas vieram, mas na expectativa de que os sindicatos dos trabalhadores iriam entender a situação econômica, mas pelo contrário, pois nós também precisamos ter ganhos”, afirmou.
Conforme Rogério, não houve qualquer mudança em relação as propostas apresentadas no início das negociações no final de 2016, ou seja, aumento salarial de 7%, índice abaixo da inflação, sendo que os trabalhadores reivindicam a reposição do INPC, que ficaria em torno de 7,5%, mais ganho real de 3%.
Além disso, solicitam cesta básica de R$ 150. Neste item o apresentado inicialmente foi R$ 120, sendo que atualmente a cesta básica está em R$ 115. O piso atual da categoria está em R$ 994,40, menor que o piso regional que é de R$ 1.103,66.
Novo encontro
O entendimento ao término do encontro foi de que será preciso agendar nova reunião, desta vez que surja com propostas de ganho também ao trabalhador. “Ficou acertado para ser marcada uma reunião com presença de representantes também de Santa Catarina e do Paraná e que isso ocorra talvez em Florianópolis, dia 31 de janeiro ou 1º de fevereiro”, explica Rogério Siqueira.
Os trabalhadores ainda têm direito a cesta básica e ao Plano de Participação nos Resultados (PPR). Em Venâncio Aires são cerca de dois mil funcionários contratados na indústria do fumo e que se enquadram nas negociações.
Ao se pronunciar sobre as negociações, o presidente da Federação, José Milton Kuhnen afirmou que as empresas do tabaco mundial não aceitam que o mercado mundial do tabaco nas discussões sobre o reajuste salarial. “Acontece que nessas horas a indústria se apega no comparativo ao cenário econômico brasileiro, se aproveitam da recessão e do desemprego em alta”, afirma.
Para Kuhnen, mesmo vendo que a situação de negociação com outros grupos de trabalhadores é difícil, não se deve deixar de trabalhar pelo possível. “Temos que avaliar o conjunto, por isso trabalhamos para manter o ganho real dos funcionários do setor”, conclui o sindicalista.