Secretaria de Desenvolvimento Rural do RS terá programa para recuperação de solos e resiliência climática na agricultura familiar

Olá Jornal
março05/ 2025

A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR/RS) está preparando o lançamento de um programa inédito voltado à recuperação de solos e ao fortalecimento da resiliência climática na agricultura familiar. A iniciativa busca mitigar os impactos das mudanças climáticas, que têm afetado severamente os pequenos produtores do Rio Grande do Sul com estiagens prolongadas e enchentes, resultando em erosão do solo, perda de fertilidade e maior vulnerabilidade social.

Além da implementação de planos individualizados de recuperação socioprodutiva e ambiental nas propriedades rurais, o programa prevê ações de assistência técnica especializada, difusão de tecnologias sustentáveis e a estruturação de patrulhas agrícolas mecanizadas nos municípios. O secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti (PP), destaca que a iniciativa representa um marco no enfrentamento aos desafios climáticos no Estado. “Acredito que estamos abrindo uma porta inédita para nossos produtores familiares, baseada na instrução técnica, para cuidar, tratar e desenvolver o solo dentro de uma nova realidade climática no Estado”, pontua Covatti.

A agricultura familiar é essencial para a produção de alimentos, geração de emprego e renda, fixação das famílias no campo e redução do êxodo rural. No Rio Grande do Sul, há quase 293 mil estabelecimentos familiares, que ocupam 5,4 milhões de hectares e empregam mais de 716 mil pessoas. Além disso, o setor mantém vivas tradições culturais e práticas agrícolas transmitidas entre gerações, fortalecendo a identidade gaúcha.

PRODUÇÃO
O chefe da divisão de Projetos, Infraestrutura e Reservação de Água do Departamento de Ações Integradas (DAI) da SDR, Eduardo Oslaj, ressalta que a saúde do solo está diretamente ligada à capacidade produtiva das propriedades rurais, à resiliência dos agroecossistemas e à mitigação dos impactos ambientais. “O solo não é apenas um substrato físico para a agricultura, é um organismo vivo, que abriga uma complexa rede de interações microbiológicas, bioquímicas e físicas que sustentam a vida e a produção de alimentos. Na Secretaria, reconhecemos o solo como elemento central da agropecuária sustentável, promovendo práticas que garantem sua conservação a longo prazo”, afirma Oslaj.

Um dos pilares fundamentais do programa em desenvolvimento é o atendimento individualizado aos produtores rurais, com diagnósticos e planos específicos para cada propriedade. A previsão é que o trabalho seja conduzido pela Emater/RS-Ascar, permitindo a personalização das ações de acordo com as condições e culturas de cada unidade produtiva.

O presidente da instituição, Luciano Schwerz, destaca que os planos individualizados possibilitam ao agricultor a adoção de técnicas e estratégias de manejo adequadas à sua realidade. “Através desse plano individualizado, vamos focar na recuperação socioprodutiva e ambiental, integrando técnicas que aumentem a taxa de infiltração de água no solo, melhorem a qualidade química em profundidades de até 40 cm, corrijam a acidez, reponham nutrientes e permitam que as raízes se aprofundem mais”.

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