O IX Fórum Internacional de Educação e XIII Fórum Nacional de Educação em Venâncio Aires já tem demonstrado com qual propósito veio na edição de 2017. Os dois primeiros turnos do evento na Sociedade Olímpica Venâncio Aires (Sova) reuniram já o psicólogo e pedagogo, professor doutor Luiz Antônio Correa do Paraná e o trio de psicólogos da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Moisés Romanini, Eduardo Steindorf Saraiva e Simone Machado.
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Ao promover a conferência de abertura, o docente Luiz Correa que é professor também há 38 anos, tratou de envolver os educadores no tema da neuropsicopedagogia englobando as crianças, que ele específica se tratar de uma ciência transdisciplinar que abrange tanto a pedagogia, no modo de aprender, e a neurociência.
“Então comporta de que forma o cérebro da criança aprende. É importante, assim, o professor entender que a criança não precisa estudar muito. Ela pode estudar pouco, mas todo dia. A memória se consolida, por exemplo, no sono quando o cérebro se desconecta dos sentidos e na repetição e por isso mandamos nossos filhos todos os dias pra escola, pois quanto mais ele repete, mais ele fixa, consolida a memória”. Dessa forma, Correa entende a neuro psicopedagogia como colaboradora do professor no sentido de compreender o aluno.
Conforme o psicólogo e pedagogo, a neurociência já vem sendo desenvolvida nas escolas há oito anos no Brasil, o que já traz e trará avanços para o ensino nacional. Correa relata que o professor vem adoecendo, perdendo o prazer de dar aula. “Isso fez com que ele começasse a adoecer e quando ele começa a entender o que se processa no cérebro da criança e a criança consegue a evolução, a uma melhora tanto pro aluno como pra ele”.
Já na palestra da manhã, um dos profissionais, Moisés Romanini também buscou enfatizar a necessidade de compreendermos a realidade das crianças, e o que trazem para sala de aula. Segundo ele, o ambiente escolar abre um leque muito além do ensino e conteúdos programáticos. “Os pais costumam dizer para as crianças, ‘Vai estudar pra ser alguém na vida’. Esse aluno que está diante de nós, ele já não é alguém na vida? Eu não estou dizendo que as crianças não tenham que estudar, mas o que é essa frase, ser alguém na vida?”.
Para o profissional, é preciso se colocar no lugar do outro, apesar de realidades distintas em algumas vezes e da dificuldade em se colocar na realidade do próximo. “Eu posso sentir uma dor profunda e uma vergonha enquanto ser humano, de saber que uma menina está sofrendo violência dentro da escola pelo simples fato de ela ser pobre, negra e lésbica. E aí a escolha enquanto profissionais é nossa, se queremos fechar os olhos pra isso ou de fator discutir essas questões”.
O Fórum de Educação irá até o sábado, 13, na Sova. Na abertura que ocorreu na noite de quarta-feira, 10, além da conferência, atrações culturais e a fala de autoridades marcou o ato. Entre as apresentações artísticas o público pode conferir o som de Edimar de Souza no seu saxofone, canções tradicionalistas na voz de Emerson Bitencourt ao lado de Lucas Malheiros na gaita e a peça teatral “Memórias passarinheiras de ser árvore” do grupo Dacaratapa, baseado na obra de Manoel de Barros, com as atrizes Fernanda Saldanha e Josi Soares.
Foto: Maicon Nieland/ Olá Jornal – Veja mais registros no Facebook do jornal.