A próxima safra no processamento de tabaco já está em projeção junto ao Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias do Fumo e Alimentação, maior entidade de classe do município. A expectativa é de registrar igual volume de contratações temporárias de 2020, apesar da pandemia. A massa de trabalhadores deve girar entre 4 mil e 4,5 mil. Os números têm se mantido ao longo dos anos.
A principal mudança deverá ser nos contratos para pessoas com mais de 60 anos, parcela significativa dos safristas das indústrias. Conforme o administrador do sindicato, Ricardo Sehn, a pandemia do novo Coronavírus deverá cortar postos de trabalho para os grupos de risco. “Na atual safra as empresas mantiveram estes trabalhadores nos contratos, mas não conseguiram utilizar esta mão de obra. Agora, para a próxima safra, estas contratações não devem ocorrer, por conta dos custos para as indústrias. Com isso, pessoas com alguma doença e mais de 60 anos, não devem ter os contratos renovados,” argumenta.
O início das contratações para o processamento de tabaco iniciam em janeiro, mas deve manter o seu maior volume de contratos temporários entre março e abril. “Esta é a tendência que já ocorreu nas últimas safras. A pandemia pode mudar estes cenários,” destaca Sehn.
NEGOCIAÇÕES
O Sindicato também avaliam formas de negociação do reajuste salarial da categoria. A entidade de classe abre as conversações com as direções das empresas, e deverá realizar assembleias com os trabalhadores no próximo mês.
MASSA
As contratações de trabalhadores temporários nas indústrias já alcançaram a marca de 6 mil contratos. Entretanto, nos últimos anos a média global é de 4 mil trabalhadores safristas. Este volume deve permanecer igual pelos próximos anos, se não houver mudanças significativas nas empresas instaladas em Venâncio Aires. Conforme a direção sindical, esta é a massa de trabalhadores necessária para operacionalizar os processos de beneficiamento.
GRUPOS DE RISCO
Uma das pautas a serem trabalhadas pela Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo) também tem sido a garantia de emprego para os grupos de risco. A federação não abrirá mão, nas negociações salariais deste ano, à manutenção dos empregos nas indústrias do tabaco. Pauta permanente na luta pela continuidade do emprego aos 40 mil trabalhadores no país, neste ano sobe de tom. A necessidade de preservar os empregos trabalhadores de sazonais e efetivos que estão nos grupos de risco do novo Coronavírus tornou-se uma necessidade. “Temos que garantir que estes trabalhadores não serão discriminados e nem ficarão à margem do mercado”, destaca o presidente da federação, Baptista Júnior.