Safra maior e de melhor qualidade no tabaco anuncia prosperidade

Olá Jornal
fevereiro21/ 2019

A safra de tabaco terá maior área plantada e de qualidade ainda maior do que comparado com o ano passado. Com 306 mil hectares plantados, a produção deve ficar em 688,5 mil toneladas nos três estados do Sul, de acordo com estimativa da Afubra. Na safra passada, o plantio ocupou 297.460 mil hectares e gerou uma produção de 685.983 mil toneladas.
A expectativa de melhor qualidade vem do clima que tem favorecido o bom desenvolvimento da planta. “Teremos uma melhor qualidade no geral, porque não tivemos nesse ano, ainda, intempéries como ocorreu na zona Sul no ano passado”, avalia o presidente da Afubra Benício Werner. No entanto, com 40% da produção ainda na lavoura, o cenário pode mudar.
Até o momento 60% da safra está colhida sendo que as regiões Sul do Rio Grande do Sul, planalto Norte de Santa Catarina e Centro Oeste do Paraná correspondem a fatia que ainda está no campo e, por isso, suscetível ao clima. “Se ocorrer algum fenômeno climático nessas regiões será impossível recuperar, porque a planta já passou da metade do desenvolvimento e não consegue mais desenvolver-se como precisa”, afirma Werner.
A produtividade ficará um pouco abaixo do que a safra passada devido ao aumento na área plantada. No ano passado, a produtividade foi de 2,306 quilos por hectare e neste ano deve ficar em 2,25 quilos por hectare. Já a quebra da produção, conforme a Afubra, não deve ultrapassar os 8% no geral. Mesmo com 16% de quebra no Vale do Rio Pardo, devido à chuva e ao granizo, a baixa quebra nas demais regiões produtoras vai equilibrar o cenário.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadortes Rurais de Venâncio Aires, Cláudio Fengler, também acredita que a safra ficará dentro da normalidade. “Esperamos uma safra dentro do normal, com qualidade. A safra é importante para injetar recursos na nossa economia porque envolve todo o município. O comércio depende do giro desse dinheiro”, afirma Fengler.

PRODUÇÃO ESTÁ 5% COMERCIALIZADA 

A comercialização da produção de tabaco ainda está em fase inicial com apenas 5% vendida às indústrias. A região mais adiantada é a litorânea, com 30% comercializado, pois o tempo de safra naquelas localidades ocorre um mês e meio antes do que as demais. A comercialização no Vale do Rio Pardo está em 8%.
Com a falta de acordo entre representantes de produtores e indústrias, o preço praticado até o momento ainda é o mesmo da safra passada. Para a próxima semana está prevista uma atualização nos valores com o pagamento de acordo com o percentual oferecido por cada empresa. No entanto, o presidente da Afubra Benício Werner revela que as negociações devem ser retomadas a pedido da empresa Souza Cruz que busca a assinatura do protocolo com os produtores.
Os índices de reajuste apresentados pelas indústrias variam de 1,8% a 4,5% enquanto as entidades representativas dos produtores solicitam 5% (inicialmente o valor era de 5,9%). O principal ponto de divergência é o custo de produção que, embora calculado entre empresas e produtores, possui valores diferentes. Um deles é em relação ao custo de mão de obra. “Algumas colocam o custo da mão de obra do produtor, que possui todo o conhecimento técnico, abaixo do custo do trabalhador contratado. Isso desaponta as entidades.”
O presidente do Sindicato Rural de Venâncio Aires, Ornélio Saussen, espera que haja reajuste. “Do contrário o produtor será prejudicado no próximo ano porque estará duplamente defasado”, avalia.

 

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