Safra de tabaco cresce em produtividade e já alcança 73% de vendas na região Sul, aponta Afubra

Olá Jornal
maio21/ 2025

A safra de tabaco 2024/2025 segue com desempenho positivo e ritmo de comercialização mais equilibrado do que no ciclo anterior. Segundo o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Laurindo Drescher, até a primeira quinzena de maio, cerca de 73% do total da safra já foi vendido nos três estados do Sul. Santa Catarina lidera o volume de comercialização, com 84% da produção vendida, seguida pelo Paraná (79%) e Rio Grande do Sul (61%). Os dados refletem uma safra com produtividade normal, qualidade satisfatória e comercialização dentro das expectativas do setor.

Durante entrevista concedida no programa de rádio da entidade, no sábado, 17, Drescher explicou que o atual cenário contrasta com o ciclo anterior, 2023/2024, que sofreu uma forte quebra de safra, com perdas superiores a 20% na produtividade, o que levou a uma venda mais rápida e antecipada do tabaco disponível. Já neste ano, a recuperação nas lavouras e a normalização do clima favoreceram uma produção mais volumosa e de melhor qualidade, resultando em um processo de comercialização mais estável.

“Estamos em meados de maio e já comercializamos praticamente dois terços do tabaco nos três estados. Isso mostra um diferencial importante. Temos uma produtividade normal, um volume maior e uma boa qualidade média da folha colhida”, avaliou o presidente da Afubra.

Drescher também comentou que a qualidade do tabaco em 2024/2025 foi considerada boa na maioria das regiões produtoras, exceto em áreas pontuais afetadas por condições climáticas adversas. A produtividade se manteve dentro dos padrões esperados e, mesmo com preços médios abaixo dos praticados no ano passado.

“Como há mais oferta nesta safra, os preços seguem mais alinhados à tabela de referência. Ainda assim, com maior volume produzido, muitos produtores poderão colocar no bolso tanto quanto — ou até mais — do que na última safra”, explicou Drescher, acrescentando que a comercialização tem ocorrido de forma tranquila e com critérios de classificação mais tolerantes por parte das empresas compradoras.

MENOS É MAIS
Com o fim da safra se aproximando, as atenções já se voltam para o próximo ciclo. Drescher fez um alerta importante aos produtores quanto à tentação de ampliar excessivamente a área plantada em 2025/2026, após um ano de resultados positivos.

“É fundamental que o produtor tenha consciência de que aumento de área não significa, necessariamente, aumento de renda. O histórico mostra que plantar menos, cuidar mais e reduzir os custos com mão de obra terceirizada tende a gerar melhores resultados”, enfatizou.

O presidente reforçou que os últimos quatro anos foram atípicos, com fatores pontuais que elevaram a rentabilidade, mas não devem servir de base para decisões de expansão descontrolada da produção. “Se insistirmos em plantar mais do que o mercado comporta, corremos o risco de enfrentar excesso de oferta, preços baixos e dificuldades já conhecidas em safras anteriores”, alertou.

A Afubra mantém sua orientação para que os produtores priorizem o planejamento responsável, a diversificação de culturas e a gestão eficiente da propriedade rural. “Seguimos defendendo o lema ‘menos é mais’, pois ele reflete uma postura de equilíbrio entre oferta e demanda, essencial para a sustentabilidade da fumicultura brasileira”, concluiu.

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