Ampliar a reciclagem tem sido o desafio de governos e também da iniciativa privada, após implantação de metas e políticas de proteção ambiental. O assunto ganha espaço pela passagem do Dia Internacional da Reciclagem, celebrado nesta terça-feira, 17. Em Venâncio Aires o sistema de recolhimento do lixo doméstico foi alterado, buscando garantir melhorias na reciclagem de materiais e diminuição dos resíduos orgânicos. Atualmente, o custo de depósito do lixo é feito por tonelada. A cidade conta com uma usina de triagem, onde todo o material coletado nos contêineres e de forma convencional é destinado. Lá uma equipe realiza a triagem e direciona materiais possíveis para reaproveitamento. Em abril, por exemplo, segundo o Secretário Municipal do Meio Ambiente, foram reciclados só de plástico 8,5 toneladas.
Em latas de alumínio, a estimativa é de 572 quilos no mês de abril. Os números ainda são pequenos frente ao total gerado, em média, de resíduos domésticos. A estimativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), é de que sejam geradas 700 toneladas por mês de lixo. A maior parte se refere a materiais orgânicos, que acabam sendo direcionados para os aterros sanitários de Minas do Leão.
O novo sistema, como um todo, busca diminuir o volume direcionado para o espaço sanitário.
“O produto orgânico é o que mais pesa para o sistema de recolhimento. O programa de compostagem é um sucesso e busca garantir a redução do peso, e consequentemente diminuir os valores pagos. Quem tem a consciência de realizar a compostagem também está reciclando e dando a correta destinação. Acreditamos muito na conscientização das pessoas e é somente através dela que conseguiremos mudar não só o sistema de Venâncio Aires, mas o mundo,” destaca o gestor da pasta, Nilson Lehmen (MDB).
Ainda segundo a Cootralto, cooperativa que realiza a gestão da usina, atualmente a maior demanda por recicláveis é o papelão. Os números de reciclagem de Venâncio Aires devem ser maiores, já que há inúmeros catadores de material reciclável que passam antes dos caminhões de coleta. O poder público, segundo Lehmen, não consegue mensurar os números que englobam estes profissionais.
PROJETO
Visando contribuir para mudar este e demais cenários locais onde estão inseridas, a Alliance Onde e China Brasil Tabacos lançaram o projeto cultural Reciclamundo que levará por meio de uma peça teatral informação e conhecimento sobre as práticas sustentáveis no uso do plástico de uso único. A primeira apresentação ocorreu na última sexta-feira, 13, na 16ª Fenachim. O espetáculo percorrerá mais 49 municípios, nos três estados da região Sul, até o fim do ano.
De acordo com a gerente de Assuntos Corporativos da Alliance One, Deise Kanitz, a iniciativa vai externalizar uma atitude tomada pelas empresas de erradicar o plástico de uso único nos setores administrativos. A medida atende a meta gestão responsável do resíduo, dentro da estratégia de ESG adotada em 2020. “Entre os resíduos, não de processo mas administrativos, começamos pela erradicação do plástico. Claro que fomos um pouco prejudicados pela pandemia porque começamos esse projeto em 2019 e em 2020/21 tivemos que fazer toda a aplicação de medidas de prevenção nos refeitórios, por exemplo, luva, a separação nas mesas, as barreiras e isso fez com que a gente tivesse que usar o plástico em alguns locais, mas o que até então nós tínhamos erradicado, permaneceu”, explica.
O objetivo é gerar mudança a partir da conscientização do público infantojuvenil com o roteiro que enfoca o mundo num futuro onde viva-se sobre grandes ilhas de plástico. Os aglomerados de plásticos nos oceanos já são uma realidade atual uma vez que 10 milhões de toneladas de vão para os oceanos todos os anos, segundo relatório de 2019 publicado pela WWF (Fundo Mundial para a Natureza).
“O impacto começa por aí. Se nós não mudarmos nossas atitudes, e hoje e nada melhor do que começar a conversar com as crianças para essa mudança de atitude, talvez esse seja o nosso futuro. Que possamos perpetuar essa consciência ecológica da importância da atitude individual”, afirma Deise.
Escrito e interpretado pela companhia de teatro Armazém, Cultura e Entretenimento, o projeto é elaborado pela d.marin, produtora cultural de Passo Fundo, também conta com o patrocínio da Unifertil e é viabilizado através da Lei de Incentivo à Cultura, através da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Pátria Amada Brasil – Governo Federal.