A receita bruta do tabaco no campo atingirá R$ 6 bilhões nesta safra. A expectativa de aumento de 6,97% em relação à safra passada, que atingiu R$ 5,609 bilhões, deve-se a estabilidade da produção que não sofreu quebra. Demonstra ainda a força e resiliência dos produtores que, mesmo com a pandemia, mantiveram o trabalho nas lavouras cuja riqueza ultrapassa as fronteiras do campo, chegando à cidade e rompendo continentes.
De acordo com o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, apesar do período ter registrado mais lavouras atingidas pelo granizo, a intempérie chegou em na fase do tabaco recém plantado. Além disso, a antecipação do plantio em algumas regiões também contribuiu para que os prejuízos fossem menores.
“No geral o que pode-se dizer, com exceções, é que vamos ter uma safra bem melhor do que das duas últimas. A antecipação, tanto em regiões onde o plantio é mais cedo ou mais tardio, teve resultado muito positivo em virtude dessa ação que tiveram”, avalia.
PREÇO
A expectativa é de melhora no preço pago pelo produto. “Apesar de nós termos um preço muito baixo na última safra, temos uma expectativa mais positiva nesta safra”, afirma o dirigente. Até o fechamento desta edição, o preço a ser pago pelo produto ainda seguia indefinido. Depois de um ciclo de reuniões individuais com cada empresa no mês de janeiro, um novo encontro estava marcado para a tarde desta terça-feira, 23.
Para a próxima safra, a entidade já definiu que a pesquisa de campo para formação do custo de produção, motivo de maior divergência entre produtores e empresas, será feita ao mesmo tempo por ambos. “A condição para não ter mais questões do custo de produção é ir a campo juntos. Ficamos angustiados e chateados”, afirma sobre a indefinição ainda neste momento da safra.
NÚMEROS
A atual safra terá a segunda menor área plantada da história. Com 273.256 hectares, o período perde apenas para o ano de 2016 quando foram plantados 271.070 hectares, dentro da série histórica da Afubra iniciada em 2005. A área deste ano está 5.87% menor do que a da safra passada quando foram plantados 290.397 hectares de tabaco.
A previsão é de aumento na produtividade de 1,83%, atingindo 2.220 kg/hectare levando em conta a média dos três estados produtores do Sul. A produção a safra de tabaco 2020/2021 deve ficar em 606.952 toneladas, o que significa uma redução de 4% comparado à safra passada, que fechou em 633.021 toneladas.