A Embrapa e o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) formalizaram um convênio para a realização do projeto Solo Protegido, o lançamento da proposta ocorreu durante a 23ª Expoagro Afubra 2025, em Rio Pardo. O projeto tem como foco a conservação do solo e da água nas propriedades produtoras de tabaco nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
A cooperação técnica tem como objetivo apoiar o setor produtivo no enfrentamento de gargalos relacionados ao manejo do solo e dos recursos hídricos. Além disso, prevê o diagnóstico de propriedades representativas da cadeia produtiva, a proposição de Boas Práticas Agrícolas (BPAs) e o monitoramento de indicadores-chave para recuperar a qualidade física, química e biológica do solo.
Antes da assinatura do convênio, o pesquisador da Embrapa e coordenador do projeto, Adilson Bamberg, apresentou os principais objetivos do Solo Protegido, além de sua identidade visual. “A natureza nos mostra a cada dia que precisamos cuidar do solo, mas muitas vezes esquecemos disso. Precisamos tratá-lo com dedicação, carinho e tecnologia”, destacou.
O convênio foi assinado pelo presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, pelo chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Waldyr Stumpf Junior, e pela chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da unidade, Rosane Martinazzo. Segundo ela, a assinatura representa a consolidação de mais de dois anos de trabalho e chega em momento oportuno, especialmente diante da recente recuperação do estado após os impactos das enchentes.
“O solo é a base da agricultura. A Embrapa se aproxima cada vez mais dos agricultores e das associações para construir um país do nosso tamanho”, afirmou Waldyr Stumpf Jr., ressaltando a importância da parceria público-privada para o sucesso de projetos como o Solo Protegido.
Thesing destacou o papel da Embrapa na transformação da agricultura brasileira e a relevância do setor do tabaco para a economia. “O tabaco é o segundo produto da pauta de exportações do Rio Grande do Sul e garante renda a mais de 138 mil produtores. Esta parceria é mais um passo importante para manter a competitividade do setor e promover o desenvolvimento socioeconômico de diversos municípios brasileiros”, afirmou.
Com duração de 60 meses, o projeto seguirá quatro etapas: diagnóstico da qualidade do solo, recomendação dos planos de intervenção, intervenção e monitoramento. A ação inicial prevê a seleção e o diagnóstico de 33 propriedades de 11 microrregiões produtoras de tabaco no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
SETOR
No setor do tabaco, a realidade caminha em direção ao que preconiza a agricultura sem degradação do solo. O uso de determinadas práticas conservacionistas já é uma realidade em 74% das propriedades, como o plantio sobre a palhada e o cultivo mínimo. Os levantamentos realizados pelo SindiTabaco e empresas associadas mostram que um grande progresso ocorreu nas últimas duas décadas, pois em 2007, 83% dos produtores ainda eram adeptos do cultivo convencional.