Há 10 anos o Núcleo de Cultura de Venâncio Aires (Nucva), iniciou trabalho de pesquisa para transformar o chimarrão em patrimônio imaterial do Rio Grande do Sul. O projeto precisa de aprovação junto Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Com alguns dados não completados, a iniciativa não garantiu registro no órgão. Agora, junto com o Museu, o Departamento Municipal de Turismo quer retomar o processo e proteger a bebida símbolo dos gaúchos e que leva o nome de Venâncio Aires para os quatro cantos do país.
O projeto será retomado no próximo ano, aliando equipes de trabalho para colaborar nos processos de registros. Em 2009 o projeto “Patrimônio Imaterial do Chimarrão: o Chá da Amizade”, foi organizado pelo Nucva, então presidido pelo médico Flávio Luiz Seibt. A pesquisa resultou em um livro.
A nova tentativa busca também garantir o reconhecimento à bebida, e ampliar as ações turísticas do município, que além do Chimarrão, mantém rotas de passeios e a escola para ensinar o preparo e tradição de consumo.
Conforme a coordenadora de Turismo no município, Angélica Diefenthäler, a iniciativa partindo de Venâncio Aires colabora para promover a bebida símbolo. “Podemos ampliar as ações de turismo e colaborar para divulgar a cidade, que já é conhecida como a Capital do Chimarrão. Queremos trabalhar nesta proposta em parceria com o trabalho já construído com o Museu.”
REGISTRO
Segundo o Iphan, a Unesco define como patrimônio cultural imaterial “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.”
Atualmente no Rio Grande do Sul cinco atividades culturais possuem registro junto ao patrimônio nacional. São eles: Ofício das Baiana de Acarajé; Roda de Capoeira; Ofício dos Mestres de Capoeira; Tava, lugar de referência para o povo Guarani e as tradições doceiras da região de Pelotas.
IMPORTÂNCIA
A própria Unesco classifica como fundamental a proteção da memória das ações culturais. Além das gravações, registros e arquivos, a entidade internacional considera que uma das formas mais eficazes de preservar o patrimônio imaterial é garantir que os portadores desse patrimônio possam continuar produzindo-o e transmitindo-o. Assim, a Organização estimula os países a criarem um sistema permanente de identificação de pessoas (artistas, artesãos etc.) que encarnam, no grau máximo, as habilidades e técnicas necessárias para a manifestação de certos aspectos da vida cultural de um povo e a manutenção de seu patrimônio cultural material.