Convidados para participar do Seminário indígena Foxá (cedro) da Tribo Kaigang instalada no Bairro Jardim do Cedro em Lajeado, uma comitiva formados por professores de Escolas de Educação Fundamental e Infantil do Município (EMEF’s e EMEI’s) estiveram presentes na aldeia participando do seminário que tem como principal objetivo aproximar mais a cultura indígena ao cotidiano do povo Brasileiro, agregando conhecimento e interação com o povo que muito contribuiu na construção da cultura do nosso país.
A Secretaria Municipal de Educação (SME),vem procurando atender a lei 11.645/2008, aprovada pelo Congresso Nacional, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a obrigatoriedade da temática da História da Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Em 2017, a SME trouxe o professor Bruno Ferreira, índio Kaingang, para conversar com professores da rede municipal e neste ano participaram do seminário Foxá.
Os participantes do seminário tiveram a oportunidade de conhecer a Aldeia Foxá, dos índios Kaingang, ouvirem sobre a vida das famílias que lá residem, os costumes, as tradições, as questões relacionadas à educação, valorização da nascente, do idoso, pintura corporal, artesanato, além de assistir a apresentação do Grupo de Danças Foxá e receber uma bênção do Pajé Jorge Garcia, de 98 anos.
Índios Kaigang pelos estados do Brasil
Na atualidade os Kaingang representam a maior população indígena do Brasil Meridional, somando aproximadamente 38 mil indígenas, distribuídos principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Na aldeia Kaingang, a terra é muito mais do que um simples meio de subsistência, pois representa um suporte da vida social, ligando um sistema de crenças e de conhecimentos indígenas, o idioma predominante é a língua da família Jê, mas todos os indígenas falam também a língua brasileira. Em Lajeado, os índios em idade escolar até o 4º ano, frequentam a Escola Estadual de Ensino Fundamental Gaten (Espírito da Terra) que funciona junto a aldeia, e depois estudam em escolas regulares de Lajeado. Vivem em sociedade formada por uma estrutura dualista, por meio da divisão em duas metades exogâmicas, que se complementam: Kamé e Kairu, sendo que cada metade é responsável por uma marca, estando em consonância com o sol e a lua.
A criação da Terra Indígena surge a partir da saída das terras indígenas do Planalto e instalação próxima a cidades, baseadas em estratégias de subsistência. Assim a migração dos Kaingang para a Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, representa um processo de reterritorialização de famílias oriundas de Nonoai e Votouro (aldeamento), chegaram em Lajeado por volta do ano 2000. Primeiro instalaram-se às margens da RS 130 e posteriormente por solicitação Kaingang receberam um espaço no Bairro Jardim do Cedro, um lugar que conta com uma pequena mata e assim possui uma forte conexão com a natureza.
CRÉDITO: Coordenadoria de Comunicação e Marketing PMVA