A realidade da sala de aula que invadiu os lares colocou os professores em um papel tão importante como nunca antes, como verdadeiros guias para que os estudantes pudessem continuar construindo seu conhecimento. Assim resume a diretora de ensino da Unisc, Giana Diesel Sebastiany, ao avaliar a importância dos profissionais frente à nova dinâmica imposta pelo novo Coronavírus (Covid-19).
Embora não possam estar fisicamente presentes, com 82% dando aulas dentro de casa, continuam a ser uma importante referência para todos os alunos. “Eles são considerados uma âncora, um guia importante para que os estudantes consigam se orientar de tantas incertezas vividas com a pandemia”, classifica a professora.
E é nesse papel atual que o professor tem o seu futuro apontado, o de mediar o conhecimento. O avanço das novas tecnologias, que vieram para ficar, vai mudar a realidade vivenciada até aqui. “O professor vai continuar sendo importantíssimo daqui para frente assim como sempre foi só que assumindo um papel de mediador entre o conteúdo que está disponível na internet, nas redes em várias fontes e o estudante que tem acesso a esse conteúdo, a essa informação mas que precisa saber utilizá-la de maneira adequada para que isso se transforme em conhecimento”.
TECNOLOGIA
Pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e da Universidade Federal de Minas Gerais (CNTE/UFMG), realizada com professores das redes públicas da Educação Básica em todos os estados, aponta que quase 90% dos professores não tinham experiência com aulas remotas antes da pandemia e 42% seguem sem treinamento. O dado demonstra que os profissionais terão de se preparar para este novo tempo. Segundo a diretora de ensino, demonstra a tradição muito presencial do ensino na rede básica, não tanto na superior onde a realidade do ensino à distância já está presente.
Mas e de quem é a responsabilidade por esse preparo tecnológico? Para Giana, das universidades e das redes de ensino públicas e privadas. “A responsabilidade é sim de cada rede de ensino e das universidades em fazer parcerias com essas redes, olhar para sua formação de professores e licenciaturas e assumir essa questão como uma grande desafio emergencial e, daqui pra frente, na composição dos seus currículos”.
Ciente dessa responsabilidade, a Unisc se prepara para incluir o assunto no currículo das licenciaturas não como uma disciplina específica de tecnologia mas mediando experiências que os alunos têm através do fazer, e da reflexão a partir desse fazer, utilizando especialmente as tecnologias. Para os já docentes, a universidade ofereceu treinamento capacitando para o novo momento.
SUPORTE
Ainda de acordo com a pesquisa, 69% do professores declararam ter medo e insegurança por não saber como será o retorno à normalidade e 50% declaram ter medo em relação ao futuro. Ou seja, para encarar essa nova realidade, o professor precisará de ajuda. De muita ajuda, conforme a diretora de ensino da Unisc. “O professor precisa de muita ajuda. Até então, ele tinha uma prática que é uma prática centenária de interação presencial e essa interação ainda é muito importante. Mas nós não sabemos como isso vai ficar com muita clareza, então isso gera incerteza, angústia. O professor é fundamental na sociedade atual e na do futuro mas precisamos que tenha o apoio necessário em termos de formação, de grupo para dar suporte para que possa ter uma atuação adequada e mais segura frente a tanta adversidade e surpresas que o cotidiano nos apresenta”, conclui.