No próximo dia 28 de outubro é celebrado o Dia do Produtor de Tabaco. Este agricultor familiar é o principal propulsor do setor primário do Vale do Rio Pardo. No país esse empreendedor do campo movimentou em receitas a partir das lavouras mais de R$ 9,8 bilhões no Brasil. Só em Venâncio Aires são R$ 270,9 milhões em comercialização da safra 2021/22. Mas todo esse negócio ultrapassa os valores gerados a partir do solo.
sso porque, a movimentação de riquezas, a partir do produtor vai mais longe, e cruza diferentes países. Se somar no ano as movimentações com exportações de tabaco, de forma direta, passam pelas mãos dos fumicultores mais de R$ 17,2 bilhões, já que até setembro foram movimentados com o mercado exterior US$ 1,4 bilhão.
Para o chefe do escritório venâncio-airense da Emater/Ascar, engenheiro agrônomo Vicente Fin, a produção deste agricultor faz girar outros segmentos na economia local, ampliando a importância econômica do trabalho feito na lavoura. “Para garantir essa produção, temos empresas especializadas em insumos, equipamentos para o campo, e toda outra cadeia de suprimentos ligadas ao processo de cura do tabaco, para estufas. Entra ainda a estrutura de seguros e financiamentos, pensados no suporte a estes produtores. É uma cadeia consolidada puxada pelo produtor de tabaco,” destaca.
Os dados da Emater também apontam que atualmente em Venâncio Aires estão envolvidas diretamente com a produção de tabaco no campo, 6,3 mil pessoas. “São mais de 2,7 mil famílias produtoras no município e contamos que cada uma possui duas pessoas ligadas a produção direta. Esta data aponta a importância desta produção para a nossa economia,” destaca Fin. Entram nesta conta os agricultores, arrendatários, meeiros e porcentagem de produção.
Todo esse movimento de negócios ocorre em pequenas propriedades. Segundo dados da Afubra, em média, o produtor de tabaco possui 12 hectares de área fundiária (confira tabela).
INDÚSTRIA
O trabalho das mais de 6 mil pessoas que produzem tabaco no campo venâncio-airense faz girar na cidade uma engrenagem que gera milhões em receitas, e garante oportunidades para a área urbana. Só em 2022, a indústria de processamento das folhas realizou a contratação de 5,1 mil trabalhadores. A maior parte são safristas, com contratos temporários durante o processamento do produto.
ALTA
A produção de tabaco está em alta no mundo, resultado que pode valorizar ainda mais o cultivo dos produtores. Isso porque, de janeiro a setembro os negócios internacionais com o produto em folhas, a partir do Brasil, registram crescimento de 64,4%, se comparado a igual período do ano passado. Ao longo dos nove meses foram movimentados mais de US$ 1.453,74 bilhão. Em produtos embarcados, foram 295,2 mil toneladas, aumento de 32,2% em comparação a igual período de 2021.
Ainda com dados provisórios, o mês de outubro também tem incremento nos negócios com tabaco. Por dia, em média, foram negociados mais de US$ 10,2 milhões. Até o dia 21 de outubro foram comercializados US$ 142,8 milhões, crescimento de 54,5% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
FUTURO
Para a nova safra, em Venâncio Aires a projeção é de envolver mais de 2.245 famílias, em 8,2 mil hectares de área produzida.