É pelo trabalho de 3,2 mil famílias produtores de tabaco em Venâncio Aires que passa quase metade das receitas agrícolas. Essa condição e força de trabalho se repete na região, que movimenta uma ampla cadeia de produção a partir do tabaco cultivado nas lavouras familiares. Na Capital do Chimarrão, o produtor de tabaco em 2021 deve movimentar R$ 165.994.523,64, ou seja, 49,63% do total gerado no PIB agrícola da cidade. É neste dia 28 de outubro, Dia do Produtor de Tabaco, que a força deste trabalhador ganha destaque.
Na safra 2020/2021 os produtores venâncio-airenses colheram 18.050 toneladas. Na safra que iniciou a colheita nos últimos dias, o total produzido na cidade deve ultrapassar as 18,5 mil toneladas.
Toda esta produção garantirá maior projeção do município entre os principais produtores do país. A melhor produtividade também é prevista por conta do clima favorável.
Se na safra passada o cultivo feito pelas mãos do produtor de tabaco alcançou 8,8 mil hectares, no atual ciclo produtivo a área plantada deve reduzir em 6,5%, com rendimento médio de 2,25 toneladas por hectare, segundo projeção da Emater/Ascar-RS.
Lavoura dourada em Vila Arlindo
O pôr do sol tem um brilho especial na lavoura dos produtores Paulo e Lisete Grunwald, em Vila Arlindo. A cor vibrante das folhas verdes aponta para uma safra de boa qualidade, com rendimentos positivos aos agricultores.
Os 45 mil pés de tabaco crescem viçosos sob os cuidados atentos do casal. “Eu gosto de estar aqui. Saio de casa e venho cuidar da lavoura. Me faz bem sair da rotina do trabalho doméstico”, afirma Lisete, 57 anos.
A história de produção do casal, que possui uma filha Bruna Roberta Grunwald, se mistura a sua identidade. Filhos de produtores, a cultura faz parte de suas vidas, gerando sustento e oportunidades. Mas é em 1989 que iniciam sua jornada independente, dando continuidade ao legado deixado pelos seus pais.
Ao longo desses 32 anos de dedicação à cultura, o tabaco retribuiu com a garantia de renda e a certeza de prosperidade. “É o que mais rende. Não tem outra cultura que renda como o tabaco”, avalia Paulo, 61 anos.
Na propriedade a produção de milho e hortaliças garantem o alimento também para os animais, como galinhas e vacas de leite.
A expectativa é de colher bons resultados nesta safra. De olho no clima, os produtores aguardam ansiosos para que a colheita seja concluída sem danos provocados pelas intempéries. “Chega nessa hora ficamos ansiosos para que tudo dê certo, porque o tabaco está bonito na lavoura. Temos que confiar porque isso é com Deus”, afirmam. No que depender da dedicação dos Grunwald o sucesso está garantido.