A produção de aves no setor primário de Venâncio Aires foi a aposta para garantir diversificação de culturas, frente a produção de tabaco. O salto de receitas geradas com esta cultura já é a segunda no município. Mas nos próximos anos pode dobrar a participação, com a consolidação de novos empreendimentos, que fazem parte de cadeias produtivas. O município é apontado como a “bola da vez” para a produção avícola. Pela sua área territorial, logística e estrutura de outras cadeias produtivas.
O Valor Bruto de Produção Agrícola (VBPA) aponta para o crescimento significativo do setor de aves no município, desde 2016. Há quatro anos a produção fechou o período com R$ 18,6 milhões (2016). Em 2020, este segmento deve fechar o período com R$ 30,5 milhões comercializados.
A projeção do escritório local da Emater/Ascar é de consolidar a produção de aves no município como o segundo em geração de receitas agrícolas nos próximos cinco anos. A principal cultura agrícola do município é o tabaco, que em 2020 deve gerar receitas de R$ 139,9 milhões.
“A produção de aves não irá ultrapassar o tabaco nos próximos anos, mas irá se consolidar como grande segmento de diversificação. Muito por conta da demanda e estrutura do mercado para garantir consumo deste produto. É uma cadeia produtiva organizada e com potencial de exportação,” explica o engenheiro agrônomo e chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin.
CRESCIMENTO
O tamanho do setor de aves no município dobrou em quatro anos. A construção de aviários e a vinda de cooperativas ampliaram o mercado para este segmento. O atual secretário de Desenvolvimento Rural, André Kauffmann (PTB), destaca que a produção avícola em Venâncio Aires tem despertado interesse das empresas do setor, por conta da área possível de expansão e proximidade com frigoríficos do segmento.
“Venâncio é a bola da vez para a produção de aves. As cidades próximas com características para esta produção estão com as questões sanitárias próximas do limite, por isso, Venâncio, que tem área territorial e histórico de participação nas cadeias produtivas se destaca,” afirma.
DIVERSIFICA
O secretário lembra que a produção de aves também se consolida como cultura para diversificação. “A produção de leite foi uma aposta no passado, mas a oscilação de preço desmotivou o produtor. Agora o frango, que tem uma demanda diferente, passa a ser a cultura de destaque. O investimento para diversificar é mais elevado, porém, o produto tem mercado internacional, garantindo renda certa,” explica Kauffmann.
NOVOS EMPREENDIMENTOS
Nos últimos anos as cooperativas Cosuel e Languira investiram no segmento de aves na Capital do Chimarrão. Agora, a cidade tem interesse em novos investimentos na produção avícola da gigante BRF. A empresa pretende implantar no estado entre 50 a 60 novos aviários e Venâncio Aires pode receber parte destes investimentos, pela proximidade com a unidade de abate, instalada em Lajeado.
A JBS também projeta novos investimentos no Rio Grande do Sul e produtores integrados da empresa manifestaram interesse em ampliar a produção em território venâncio-airense.