Há um ano, em setembro de 2023, uma enchente histórica afetou as cidades do Vale do Taquari, gerando repercussão nacional pelos estragos e impactos. Nove meses depois, uma catástrofe maior lavou mais cidades, paralisando o estado e deixando parte da região metropolitana debaixo d’água por um mês. A prevenção aos eventos climáticos ganha espaço nas eleições de 2024. Em Venâncio Aires a região do segundo distrito teve os principais impactos com os recentes episódios, além da parte baixa da área urbana. Na corrida eleitoral, sugestões, ações e projetos fazem parte dos planos de governo dos quatro candidatos que buscam ocupar a cadeira do prefeito a partir do próximo ano.
O Olá Jornal analisou os planos de governo dos quatro candidatos a prefeito de Venâncio Aires e incluiu questões sobre o tema durante sabatina realizada na última semana de agosto. As entrevistas completas podem ser conferidas no site e redes sociais do jornal. A ampliação dos investimentos para Defesa Civil e ações de desassoreamento de rios e arroios fazem parte dos programas governamentais.
CÂNDIDO
Pela Federação “Brasil da Esperança,” Cândido Faleiro Neto (PT), defende a construção de diques na parte baixa do Município, com investimentos apontados a partir de estudos hidrológicos. “Esse estudo vai indicar o que fazer […], a construção do dique na região de Sapé, não só um, mas vários, poderá conter as enchentes num momento de inundação aqui na região baixa do município. […] É preciso também realizar o desassoreamento do rio Taquari, assim como de arroios, como Castelhano.”
Faleiro defende também olhar para a região de Mariante e arredores, com a busca de apoio para a reconstrução das empresas. “Toda essa região precisa ser reconstruída, precisa uma atenção maior. É preciso pensar uma Defesa Civil preparada, com equipamentos, barcos, para poder ajudar nestes momentos […] Eu acredito que o nosso povo gaúcho, o nosso povo venâncio-airense, é alguém com muita garra,” destaca.
GIOVANE
Giovane Wickert (PSB) da coligação “Unidos por um Futuro Melhor” destaca que a recomposição de Vila Mariante precisa fazer parte das ações de governo, como local turístico. Além disso, defende ações de planejamento para apontar cotas de inundação nas regiões do município. “Precisa ter um olhar diferenciado, pelo menos a recomposição básica e fazer um plano diretor, pensar Mariante para os próximos anos. […] Trazer um olhar de balneário Mariante pode ajudar no desenvolvimento turístico daquela região.”
Aliado à recomposição da localidade mais atingida, Wickert defende o aproveitamento do rio como propulsor do desenvolvimento. “O parque hidroviário do Projeto Hidrovias RS, pode aproveitar um espaço com um parque industrial próximo, na cota de inundação, tudo bem planejado, para que ali também se possa aproveitar o espaço como potencial hidroviário.”
JARBAS
Buscando a reeleição, Jarbas da Rosa (PDT), da coligação “Para Frente Venâncio”, afirma que todos os prefeitos precisam ter como prioridade ações de prevenção aos eventos climáticos extremos. Rosa lembra que esteve na linha de frente dos atendimentos da população durante os episódios recentes. “Estivemos lá na linha de frente, todos nós, e eu não fugi da minha responsabilidade, estando lado a lado das equipes de resgate, voluntários, corpo de bombeiros, brigada militar, a nossa defesa civil. E nós conseguimos atender a todos, tanto na cidade, quanto na região de Vila Mariante e também na região serrana.”
Ações conjuntas com o Comando Regional da Defesa Civil para prevenção e estudo hidrológico são caminhos apontados para direcionar investimentos. “Precisamos trabalhar de forma integral com o Comando Regional da Defesa Civil e o Estado, pensando a médio e longo prazo, com projetos para mitigar os efeitos de novas enchentes. Já temos contratado um plano hidrológico, um novo plano diretor está sendo trabalhado.”
MARASCA
Maciel Marasca (PP) afirma que vai desenvolver um planejamento para garantir ações de curto, médio e longo prazo na área de prevenção. Para ele, é fundamental entender os riscos das diferentes localidades do município, atingidas por enchentes e deslizamentos. “Acredito muito que um plano de gestão de riscos é muito importante para o município. Não só de enchentes, mas também secas, e outros desastres naturais que podem acontecer. […] Nas últimas enchentes a população estava pela população, era o povo pelo povo, e o estado e o município, em geral, foi ineficiente.”
A utilização de meios tecnológicos para georreferenciar áreas do município é defendida pelo candidato Progressista, como forma de agilizar os atendimentos em períodos de emergência. “Se a gente tiver um cadastro da zona de riscos com um georreferenciamento, sabendo quantas pessoas estão morando ali naquela região, fica muito mais fácil e muito mais econômico e objetivo o salvamento dessas pessoas,” aponta.
FOTO: Mauricio Tonetto /Secom