O aumento percentual de mais de 100% no número de óbitos por Covid-19 de pessoas mais jovens, na faixa etária entre 20 e 59 anos e, um pouco menor, na faixa dos 60 aos 69 anos, contabilizados pelos Cartórios de Registro Civil do Rio Grande do Sul no mês de abril, o segundo pior desde o início da pandemia no Estado, são claros em apontar que a vacinação em massa de sua população é o melhor caminho para a crise de saúde pública causada pelo novo coronavírus.
Ainda aguardando o cronograma de vacinação para suas idades no Rio Grande do Sul, a população mais jovem viu crescer os números percentuais de óbitos no último mês, mesmo quando comparados a março deste ano, o mês que registrou o maior número de mortes causadas pelo novo coronavírus no País, e também em relação à média de mortes de sua faixa etária desde o início da pandemia.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
No Rio Grande do Sul, a faixa etária que registrou o maior percentual de aumento em relação à média desde o início da pandemia foi a da população entre 20 e 29 anos, com aumento percentual de 101% nas mortes por Covid-19 em relação à média de mortes desta faixa etária desde o início da pandemia. A população de 40 e 49 anos, também registrou crescimento, de 94% no número de óbitos em abril na comparação com o período que vai de março de 2020 a março de 2021.
Na sequência, a faixa etária que vai dos 30 aos 39 anos viu o aumento do número de óbitos crescer 39% em relação à média para esta faixa etária desde o início da pandemia. Outra faixa etária que registrou crescimento foi a de pessoas entre 50 e 59 anos, com óbitos aumentando 80% em relação à média desde o começo da pandemia.
Ainda em crescimento, mas em patamares inferiores, a população entre 60 e 69 anos registrou aumento de mortes de 33% em relação à média desta idade no período, mas com uma diminuição de falecimentos, passando de 2.130 em março para 1.281 em abril. Nas demais faixas etárias, já vacinadas, o número de óbitos caiu em relação à média desde o início da pandemia, reduzindo 5% na faixa entre 70 e 79 anos, 63% entre 80 e 89 anos, e 64% na população entre 90 e 99 anos.
Ranking Estadual
O Rio Grande do Sul foi o terceiro Estado do Brasil com maior crescimento percentual na faixa etária dos 20 aos 29 anos, registrando aumento de 101%, enquanto no país este crescimento foi de 38%. Já em relação à faixa etária dos 30 aos 39 anos, o Estado esteve abaixo da média nacional, com 39%, enquanto o brasil teve crescimento médio de 56% Já entre a população de 40 aos 49 anos, o RS ficou acima da média nacional, com um aumento de 94%, frente aos 57% do País. Esse aumento de óbitos acima da média nacional também foi registrado nas faixas de 50 a 59 anos e 60 a 69 anos, com 80% e 33%, respectivamente, enquanto o Brasil apontou crescimento de 54% e 22%.
Todos os Estados brasileiros registraram aumento de óbitos na faixa entre 40 e 49 anos na comparação com a média desta idade desde o início da pandemia e 15 deles estiveram acima da média nacional. À frente deste ranking está o Rio Grande do Norte, que registrou aumento de 154%, seguido por Santa Catarina, aumento de 118%, Sergipe, crescimento de 101%, e Mato Grosso do Sul. São Paulo e Rio de Janeiro, com 66%, e Distrito Federal, com 58%, também estiveram acima da média nacional.
Já na faixa etária entre 30 e 39 anos, 22 Estados registraram crescimento em abril em relação à média do período, sendo que 12 deles acima da média nacional. Os aumentos foram maiores nos Estados do Mato Grosso do Sul (103%), Goiás (97%), Rio Grande do Norte (94%), Mato Grosso (92%) e Distrito Federal (90%). A lista tem ainda Paraná (75%), São Paulo (73%), Minas Gerais (67%) e Rio de Janeiro (59%).
Na última faixa com crescimento nacional acima de 50%, entre 50 e 59 anos, novamente todos os Estados brasileiros registraram crescimento, sendo 16 deles acima da média nacional. Os maiores aumentos foram nos Estados do Rio Grande do Norte (152%), Pará (105%) e Acre (73%). O Paraná registrou aumento de 59%, Distrito Federal, de 58%, São Paulo, de 56%, e Rio de Janeiro de 54% nesta faixa etária.
CRÉDITO: AI Arpen/RS