Enquanto os dados do último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram índices desfavoráveis a respeito do uso de agrotóxicos sem orientação técnica entre os pequenos produtores rurais brasileiros, no setor do tabaco a realidade é outra. Pesquisa de 2016, do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Cepa/UFRGS) apontou índices que chegam a 85% dos produtores de tabaco com treinamento sobre a NR 31 (Norma Regulamentadora relacionada à saúde e segurança nas atividades ligadas à agricultura). Além disso, 97,7% dos produtores pesquisados declararam que recebem orientação técnica permanente para o uso consciente de agroquímicos.
Os índices gerais apresentados recentemente pelo IBGE, com base no censo de 2017, mostram que 1,6 milhões de estabelecimentos agropecuários utilizam agrotóxicos no Brasil e 16% desses são de produtores rurais analfabetos, sendo que 89% desses agricultores não receberam orientação técnica para a aplicação do produto na produção. Outros dados mostram que, dos produtores rurais alfabetizados que usavam agrotóxicos, 70% tinham apenas ensino fundamental e que, desses, apenas 31% declarou ter recebido orientação técnica.
Porém, a realidade no setor do tabaco é contrastante, pois a orientação técnica oferecida por meio do Sistema Integrado de Produção (SIPT) atinge todos os produtores integrados e tem real compromisso com a saúde e segurança dos trabalhadores e com o meio ambiente. Isso fica evidente na pesquisa realizada em 2016 pela UFRGS: 75,5% dos produtores de tabaco informaram ter feito algum curso de capacitação nos dez anos anteriores e, entre os cursos realizados, o mais lembrado foi a NR 31, citada por 85,1% dos pesquisados. Cabe ressaltar, ainda, que o tabaco está entre as culturas comerciais agrícolas que menos utiliza agrotóxicos, de acordo com três diferentes pesquisas.