A maioria da população brasileira (89%) compreende a gravidade do problema do contrabando no Brasil, cujo custo social subtrai investimentos nas áreas de educação, moradia, competividade da indústria e criação de empregos formais. É o que aponta pesquisa inédita realizada pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), em parceria com o instituto internacional de pesquisas C|T RSR.
O financiamento do crime organizado é, para 74% dos entrevistados, o problema mais preocupante associado à venda de produtos ilegais, seguido do dinheiro do crime que poderia ser revertido em investimentos em habitação e educação (66%). Além disso, mais da metade (59%) dos entrevistados acredita que os empregos que são tirados da economia estão entre os impactos mais importantes do mercado ilegal.
Em relação às atitudes necessárias para combater a ilegalidade, 82% dos brasileiros (com quase metade concordando totalmente) declaram ser a favor de um sistema tributário mais justo que ajude os produtos legais a competir com os produtos ilegais.
“O levantamento deixa bem claro que a população está consciente sobre quem são os maiores beneficiários – as gangues criminosas – e os mais prejudicados pelo contrabando, que é a população brasileira, cujo ônus social é enorme, comprometendo seu futuro”, enfatiza Edson Vismona, presidente do FNCP.
A pesquisa foi realizada entre 01 e 03 de dezembro de 2021, com 1.500 residentes do Brasil com idades entre 18 e 45 anos.
O Brasil perdeu R$ 300 bilhões para o mercado ilegal em 2021, segundo levantamento feito, desde 2014, pelo FNCP. O valor é a soma das perdas registradas por 15 setores industriais (R$ 205,8 bilhões) e a estimativa dos impostos que deixaram de ser arrecadados (R$ 94,6 bilhões) em função dessa ilegalidade.