Escritor que em 2017 vai ser padrinho dos leitores da 18ª Feira do Livro de Venâncio Aires, Dilan Camargo conversou nesta semana com a reportagem do Olá Jornal. O poeta que já foi patrono em eventos literários de Porto Alegre, Alvorada, Alegrete, Nova Hartz, Arroio do Sol e Novo Hamburgo, agora irá compartilhar seus conhecimentos na Capital do Chimarrão.
Segundo o autor de variadas obras infantis como “Brincriar”, “A Família Livro” e “Um caramelo amarelo camarada”, exercer essa função lhe estimula a escrever ainda mais. “Em cada uma a alegria se renova com surpresas, encontros, compartilhamento do amor pelo livro e pela leitura. É um presente que levo para toda a vida”.
Aos 68 anos, nascido em Itaqui, criado em Uruguaiana e também compositor premiado em festivais como Califórnia da Canção e Coxilha Nativista, nesta entrevista ao jornal Dilan Camargo fala do importante papel de um patrono, envolvimento com a escrita e a música, realidade da educação brasileira e o atual ‘mercado’ de novos escritores pelo Rio Grande do Sul.
Olá Jornal – Qual o papel a ser exercido por um patrono durante a presença nas feiras? Em Porto Alegre tratou muito da questão da formação de leitores. Isso é algo cada vez mais difícil?
Dilan Camargo – Um patrono deve estar disponível, apoiar os livreiros, incentivar a formação de novos leitores, a começar pelas crianças. Dizer às famílias, às escolas, que devem assumir a responsabilidade de ensinar e de ler junto com as crianças. Nesta era de aparelhos eletrônicos, a leitura precisa ser ainda mais estimulada para a formação humana. O livro continua e continuará sendo um dos principais bens culturais da humanidade. O cérebro humano precisa de leitura.
Na carreira, como se deu o envolvimento com a música e a escrita?
A leitura entrou na minha vida já na infância através da oralidade. Minha mãe me contava histórias e me ensinava a decorar quadrinhas populares. Comecei a ler aos 7 anos e lia de tudo. Fui um dos maiores frequentadores de bibliotecas, hoje tenho a minha. Na música, escrevi letras de canções. Sempre busquei todas as formas de me expressar através da palavra, principalmente na poesia. Também já escrevi narrativas em contos e peças de teatro.
Tem produção em andamento, seja em termos de canção ou de livros?
Antigamente, dizia-se que um escritor sempre tinha livros guardados nas gavetas. Hoje, eles estão nos arquivos do computador. Tenho mais de uma dezena de livros inéditos nos meus arquivos, aguardando publicação. Livros de poesia e de contos, para crianças, jovens e adultos. Um escritor precisa estar sempre escrevendo. É o seu modo de ser e de cumprir o seu papel na sociedade.
Em outra entrevista, comentou da necessidade de inserir mais a poesia nas séries iniciais? Como vê essa inserção atualmente?
É uma das minhas bandeiras na literatura. Mesmo que as crianças ainda não tenham aprendido a ler elas adoram ouvir poesia, pelas rimas, aliterações, jogos de palavras, surpresas. Elas decoram com facilidade. É o momento da experiência lúdica com a linguagem, da descoberta prazerosa da palavra poética. A poesia é indispensável para o desenvolvimento cognitivo e da imaginação das crianças. Precisamos de muita poesia na sala de aula. As professoras também vão fazer descobertas junto com as crianças.
Leia na íntegra a entrevista, na edição impressa do Olá Jornal.
Foto: Colégio Anchieta/ Divulgação