Participação da carne suína na produção agrícola municipal cresce 2,43%

Olá Jornal
abril09/ 2021

A dedicação de produtores rurais como a do jovem Diego André Pohl garante o crescimento da suinocultura na produção agrícola de Venâncio Aires. Aos 29 anos, seu esforço contribuiu para que em 2020 a atividade aumentasse em 2,43% a participação no Valor Bruto da Produção Agrícola (VBP), em relação aos números registrados em 2019.
O incremento soma na produção que arrecadou R$ 37.375.397,48, o que representa 13,58% dos R$ 275.833.244,75 gerados pela produção primária. No ano passado, foram concentradas 52,5 mil cabeças de suínos no município, totalizando uma produção de 6,09 mil toneladas da proteína animal conforme os dados apontados pela Emater/Ascar e o Comitê do IBGE Municipal.

A carne suína está entre as principais proteínas produzidas na Capital Nacional do Chimarrão e ganha mais espaço a cada ano. O chefe do escritório local da Emater/Ascar, engenheiro agrônomo Vicente Fin, destaca que a expansão do setor suinícola no município vem sendo registrada nos últimos 10 anos de forma bem significativa.

“Vemos esse crescimento principalmente na produção integrada, mas isso não quer dizer que não tenha ocorrido também algum crescimento em criações de forma independente, que acabam fornecendo para frigoríficos menores e também para outros criadores não integrados”, complementa Fin.

EMPENHO
A trajetória de crescimento da suinocultura no município encontra-se com a decisão do jovem Diego que há seis anos investe na criação de suínos em Linha Olavo Bilac. Herdada pelo pai, Harry Pohl, a profissão está há mais de 20 anos na família, mas recebeu novo fôlego quando ele aumentou a produção da granja.

A profissão que exige dedicação, sempre despertou o interesse do suinocultor, que destaca que sua escolha vai além dos retornos financeiros que o setor suinícola possibilita. “É necessário gostar da atividade”, frisa.

Responsável pela maior parte das demandas da granja, a rotina de Diego é diária, mesmo com os equipamentos automatizados e a ajuda dos familiares e de uma empresa terceirizada para a limpeza do local quando necessário, ele passa de 3 a 4 vezes no local por dia, o que demanda um tempo de 40 minutos a 60 minutos cada vez.

“Os leitões na granja recebem somente ração e água, que é fornecido de forma automática pelos tratadores, o meu trabalho diário na granja é cuidar a regulagem desses comedouros e bebedouros, da temperatura do local e também quando algum leitão precisa de alguma medicação e cuidado individual”, explica o suinocultor.

Atualmente, ele possui uma unidade de creche, com cerca de 2.100 cabeças de suínos alojadas por lote, que permanecem no local por um tempo de 47 dias. Além disso, concilia sua rotina com outra profissão, já que é Agente Autônomo de Investimentos.

Diego André Pohl há seis anos investe na criação de suínos em Linha Olavo Bilac

PRODUÇÃO
Assim como Diego, atualmente cerca de 85 famílias trabalham e têm como fonte de renda a suinocultura. Do total, 55 trabalham de forma independente e 30 no sistema integrado, conforme dados da Emater/Ascar.

São cerca de 3.093 matrizes envolvidas com a produção, o que gera em torno de 51.487 leitões ao ano. Se somado com os animais que já estão alojados em creche, o número aumenta para 81 mil leitões produzidos ao ano. Já em relação aos suínos terminados, a produção é de 48,3 mil ao ano, com peso médio de 126kg.

Cenário favorável eleva consumo em 14%

O cenário atual é considerado favorável para o setor que viu o consumo crescer 14% no último ano, em plena pandemia. Em 2020, o consumo per capta pelos brasileiros chegou a 16,86kg contra 16,51kg em 2019, segundo o IBGE. A alta no preço da carne bovina abriu espaço para a carne suína junto aos consumidores.

No entanto, o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Luis Folador, afirma que aumentar o consumo no mercado interno ainda é um desafio. “O consumo da proteína vem se ampliando ano a ano, dentro de um trabalho realizado pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos mostrando ao atacado e varejo a qualidade e versatilidade da carne suína, que tinha diversos tabus por conta da desinformação”.

Além disso, embora o estado seja um grande exportador, com um parque industrial forte formado por indústrias grandes e cooperativas, o suinocultor enfrenta diariamente diversas dificuldades. “Assim como todas as atividades enfrentamos desafios para nos mantermos viáveis economicamente e em crescimento. Temos como desafio o mercado, que uma hora está favorável para o setor e na outra não. Os elevados custos de produção e a manutenção sanidade da produção, importante para a exportação da proteína”, explica Folador.

O Rio Grande do Sul ocupa o terceiro lugar no ranking de produtores, com 21.242.651 kg de proteína animal exportados, ou seja 26,57% de toda a carne suína exportada pelo Brasil.

Reportagem: Bruna Gomes Stahl – estágio supervisionado Univates

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