Durante a reunião da Câmara de Vereadores desta segunda-feira, 23, a greve do magistério ganhou destaque. Representantes de pais e alunos, além dos professores, ocuparam a tribuna livre para expor a situação e buscar o diálogo para a retomada das aulas. A greve dura mais de 50 dias e em Venâncio Aires, segundo o Cpers/Sindicato, 70% dos profissionais estão paralisados. As quatro maiores escolas do município estão fechadas.
Na reunião desta semana, a presidente do conselho escolar da Escola Monte das Tabocas, Fabiane Bergmann, destacou o movimento organizado pelos pais e comunidade escolar. “Estamos aqui pelos alunos, que podem perder o ano letivo, em especial os das séries finais.”
A estudante, Ritiele Rosa, também utilizou a tribuna e lembrou que a educação como um todo está sofrendo os prejuízos da falta de investimentos. “Qual será o nosso futuro? Faz mais de um mês que não temos aulas.”
Os professores que estão paralisados também participaram da sessão. A diretora do 18º Núcleo do Cpers/Sindicato, Marione Drebel, destacou as razões da greve e admitiu que não houve contato direto com a comunidade escolar. “Estamos na mesma caminhada, por uma educação pública de qualidade. Nós falhamos sim, quando não chamamos os pais e a comunidade para explicar essa luta. Nunca é tarde para o diálogo.”
O sindicato afirma que não haverá prejuízos aos estudantes, já que a recuperação de aulas será feita de forma integral, após formalização de acordo com o comando de greve. Além disso, acordo com universidades garante prazo maior para apresentação de documentos para a conclusão do ensino médio.
EM MÃOS
Vereadores, pais, alunos e professores vão aproveitar a passagem do governador, José Ivo Sartori (PMDB) em Venâncio Aires para a Abertura da Colheita do Tabaco, para entregar o pedido de negociação com o movimento de greve. Uma moção será formalizada após participação dos professores e comunidade escolar na sessão da Câmara de Vereadores.