O que esperar do futuro da nicotina?

Olá Jornal
junho24/ 2020

Qual será o futuro do consumo de nicotina? O que fazer aqui e agora para reduzir riscos e oferecer alternativas para 1,1 bilhão de fumantes? Qual o papel da saúde, dos governos e das indústrias? Perguntas não faltam quando o assunto é novos produtos de consumo de nicotina. Um grupo de 30 cientistas e especialistas em saúde pública e controle do tabaco buscou dar luz aos mais variados questionamentos durante o 7º Fórum Global de Nicotina durante os dias 11 e 12 de junho em Varsóvia, na Polônia.

A partir do tema “Nicotina: ciência, ética e direitos humanos”, o debate envolveu uma gama diversificada de assuntos relacionados à nicotina desde o controle ao tabaco até a interação do tabagismo com o novo Coronavírus (Covid-19). O foco principal esteve no atual cenário dos novos produtos e o que lhe diz respeito como redução de danos, impacto da crise de lesão pulmonar nos Estados Unidos pelo uso de cigarros eletrônicos com THC (principal componente ativo da maconha), o chamado pânico moral sobre o temor do aumento do consumo por jovens e o efeito dos investimentos de instituições, intituladas de grande filantropia, na saúde pública global.

De acordo com o professor adjunto da Faculdade de Direito e presidente do conselho consultivo do Centro de Direito, Política e Ética em Saúde da Universidade de Ottawa, Canadá, David Sweanor, é preciso superar a natural resistência enfrentada sempre que algo novo é apresentado à sociedade. “Entender o que aconteceu, onde estamos, para onde estamos indo e como vamos chegar lá”, afirma o professor que é envolvido ativamente em questões de política de tabaco e saúde desde o início dos anos 1980.

Para o especialista, Clive Bates, a nicotina é propícia às piores práticas reguladoras aliada a conflitos. “As regulações geralmente visam solucionar falhas maciças na formulação de políticas em todos os níveis. O que vemos é ciência altamente conflituosa, grandes financiamentos para encontrar problemas. Bloomberg financia a ideia de que trata-se de uma grande conspiração da indústria do tabaco que possui 50 anos de controle de tabaco”, avalia o ex-diretor de Ação sobre Tabagismo e Saúde do Reino Unido, fazendo referência a fundação Bloomberg maior financiadora dos movimentos contrários aos novos produtos de tabaco.

SAIBA MAIS
Os e-cigaretts já são comercializados legalmente em países como o Reino Unido, Espanha, França, Alemanha, Itália, Japão, Nova Zelândia, Canadá, Estados Unidos e Rússia. Sua expansão por demais países, como o Brasil, esbarra no entendimento de cada governo a respeito de ciência, redução de risco, saúde pública, ética e direitos humanos. Todos os anos o Fórum Global de Nicotina busca elucidar esses temas e examina os avanços na ciência da nicotina, os argumentos éticos a favor da redução dos danos causados pelo tabaco e as questões de direitos humanos para todos aqueles que advogam pelo direito à saúde.

Organizado pela KAC Communications, é a única conferência internacional focada no papel dos produtos de nicotina mais seguros na redução de danos relacionados ao fumo. Inclui cientistas, analistas de políticas, reguladores e especialistas em normas, acadêmicos e pesquisadores, parlamentares, profissionais de saúde pública, defensores dos consumidores e desenvolvedores, fabricantes e distribuidores de produtos alternativos de nicotina.
A partir desta edição o Olá Jornal terá espaço exclusivo para debater este tema oportuno às comunidades onde o tabaco possui relevância econîmica e social.

FOTO: Banco Mundial/ONU

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