A busca por safristas em meio a falta de mão de obra no mercado, para a nova safra de processamento de tabaco, mobiliza as empresas do setor. Além dos salários e benefícios tradicionalmente pagos, neste ano, novas vantagens foram incluídas, como aumento no prêmio de assiduidade semanal, elevação na participação do PPR, prêmio de boas vindas, pagamento por indicações de novos safristas e ampliação do vale-alimentação.
O cenário desafiador na busca por força de trabalho já vinha se desenhando nas últimas safras, quando trabalhadores de cidades da região estavam sendo contratados. O segmento industrial do tabaco é o maior empregador de Venâncio Aires e ao longo de 2024 movimentou 5.293 contratados. Encerrou o ano com saldo negativo de 13 demissões, ao todo foram 5.306 desligamentos nas empresas ligadas ao setor do tabaco.
A média de tempo de serviço nas empresas do segmento fechou em 5,9 meses, já que a maior parte dos contratados envolvem o período da safra de processamento do tabaco, que ocorre entre os meses de janeiro e agosto. A expectativa do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e Afins, é de manter o movimento de contratos na safra acima de 4,5 mil trabalhadores.
Frente a 2023, as indústrias do tabaco tiveram redução de 9% nas admissões para o período de safra. Foram 5.819 trabalhadores contratados, e 5.701 desligados ao longo de 2023, com saldo de 118 empregos gerados. Ao longo daquele ano o tempo médio de permanência nas empresas estava em 5,7 meses.
REALIDADE
Para o presidente do sindicato da categoria, Rogério Siqueira, os novos benefícios ofertados aos safristas e trabalhadores das indústrias do tabaco fazem parte das negociações ao longo dos últimos anos. Conforme o dirigente, a demanda por trabalhadores foi ampliada nos últimos cinco anos no município. “O que as empresas estão ofertando é cerca de 30% a mais no salário médio dos trabalhadores. Essa é uma luta do sindicato e sempre buscamos que este incremento seja aplicado sobre o salário, para ter mais atratividade aos trabalhadores,” comenta.
Siqueira destaca que para o próximo ano a busca será de garantias para aumento salarial aos trabalhadores temporários. “As indústrias estão vendo que há demanda, porém não está atrativo. Precisamos realizar essa reflexão e garantir uma elevação dos salários, projetando a próxima safra e as dificuldades para atrair trabalhadores no período de processamento,” reforça.
RITMO
A safra de processamento neste ano tem a projeção de ser mais longa do que a registrada em 2023. A compra do tabaco nas propriedades está em ritmo mais lento. Entre as novidades para o período está a lei que garante a compra da produção na casa do produtor. Esta será a primeira safra com a obrigatoriedade. A projeção da entidade sindical é de que o processamento ganhe ritmo a partir de fevereiro, com pico de contratações entre os meses de março e abril. O processo deve seguir nas maiores empresas do setor até o fim de agosto.
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