A mudança no protocolo de atendimento de casos suspeitos de Coronavírus (Covid-19) em Venâncio Aires tem modificado a evolução da doença nos pacientes. O acompanhamento precoce dos casos, com o monitoramento diferenciado dos pacientes, busca impedir que a doença avance para uma fase mais grave garantindo assim mais chances de combater o vírus. O novo procedimento teve como marco a intervenção antes da falta de ar, diferente do que se praticava no início da pandemia, quando a orientação global de autoridades de saúde era para que a busca por ajuda ocorresse somente quando houvesse a falta de ar.
A médica infectologista, Sandra Knudsen, explica que a mudança de protocolo no município ocorreu a partir do maior conhecimento da doença. “Aprendemos que precisamos intervir antes, então os pacientes não devem esperar a falta de ar porque a gente sabe que a falta de ar é tardia, é uma doença que dá a diminuição da oxigenação no sangue de forma silenciosa. Às vezes a pessoa já está com esse comprometimento bem importante e ela não tem falta de ar”.
De acordo com a especialista, os casos de insucesso são aqueles que chegam tarde. “São pacientes que chegam no pronto-socorro já com falta de ar acentuada e que já precisam ir imediatamente para a intubação, ventilação mecânica, e às vezes nem dá tempo de fazer isso,” ressalta.
ACOMPANHAMENTO
A partir disso, incentivou-se os profissionais da área da saúde da rede do município, tanto no SUS como no particular e convênios, através de protocolos, treinamento e capacitação, a indagar sempre há quantos dias o paciente tem sintomas e se ele se encaixa nesse perfil de estar em uma doença mais arrastada. Nestes casos, há uma investigação mais aprofundada com exames laboratoriais e tomografias para que se identifique a possibilidade de serem casos de pneumonia que necessitem de internação precoce, seja no domicílio, seja no hospital, antes de necessitar de UTI.
Sandra ressalta a importância das pessoas com sintomas buscarem logo atendimento médico. “Isso é muito importante, a gente ainda continua vendo pacientes que chegam tarde para a consulta e conseguimos ajudá-los pouco uma vez que a doença esteja completamente instalada com acometimento grave dos pulmões.”
A utilização de medicações também tem feito a diferença aliado ao atendimento precoce. “Existem sim medicações principalmente o corticoide e a enoxaparina que fazem a diferença se elas forem usadas precocemente na evolução dessa pneumonia. Medicar esse paciente com os remédios que já se comprovaram eficazes nessa fase faz a diferença, tem dado certo”, afirma.