O financiamento estudantil federal tem sido a porta de entrada para o ensino superior em boa parte das universidades privadas do país. Porém, com a redução dos investimentos deste tipo, o desafio das instituições é maior para atração de novos alunos. Com o novo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) anunciado e a falta de informações, dúvidas e recursos em baixa, as mudanças não devem favorecer as faculdades privadas da nossa região, já que as partes mais significativas do crédito devem ser destinadas às regiões, norte, nordeste e centro-oeste.
Na última semana, durante coletiva de imprensa, a reitora da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unsic), Carmen Lúcia de Lima Helfer, destacou que há dúvidas sobre a capacidade do novo financiamento. Ele defendeu o sistema do Fies. “É por meio do financiamento que estamos garantindo o acesso ao ensino superior. Mas ainda há dúvidas sobre essa nova etapa. Sabemos da concentração do financiamento para regiões, mas vamos lutar para que essa modalidade garanta aos nossos alunos o diploma de graduação.”
Para tornar o Fies mais sustentável a partir de 2018, diminuindo o rombo nas contas públicas, o Governo Federal lançou oficialmente o Novo FIES com a pretensão de oferecer 300 mil vagas utilizando recursos do BNDES e dos Fundos Constitucionais em bancos privados para oferecer mais vagas para estudantes que possuem renda de até cinco salários mínimos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Para os estudantes mais carentes, será mantido o FIES Público com juros zero para 100 mil vagas para todo o Brasil.
O Governo Federal ainda não detalhou se o FIES 2 e o FIES 3 que utilizarão bancos privados poderão no futuro oferecer vagas também para as regiões Sul e Sudeste. O Ministério solicitou que os estudantes aguardem a publicação do edital oficial do Novo FIES 2018 até o mês de dezembro de 2017.
O QUE ESPERAR?
Conforme o coordenador de orçamento e finanças da Unisc, Rafael Frederico Henn, a instituição ainda aguarda o regramento para as novas formas de obtenção do financiamento. Entretanto, a expectativa é de garantir o financiamento de até 800 alunos. “Mas isso é uma previsão, é preciso aguardar toda a regulamentação do financiamento.”
A universidade, entre os anos de 2013 e 2014 chegou a contar com 50% dos estudantes com financiamento por meio do Fies. Em comparação, dos cerca de 10 mil acadêmicos, no primeiro semestre de 2017 apenas 255 alunos tiveram acesso ao Fies. No total foram 729 pedidos encaminhados no período.
PAGAMENTO
Se ao longo de 2015 as universidades privadas registraram problemas e pendências para receber recursos do fundo de financiamento, em 2017 o depósito dos valores está ocorrendo de forma regular e sem atrasos.