A atual safra de tabaco conta com quebra de 11,07% em função das mudanças climáticas como estiagem e granizo e já é a menor da história. A projeção de perdas levantadas pela Afubra nos três estados do Sul leva a produção a cair de 569.539 toneladas para 506.491.

A produção é a menor dentro da série histórica de acompanhamento anual realizado pela entidade a partir da safra 2004/2005. De lá pra cá, a menor produção era de 525.221 toneladas registrada na safra 2015/16.

A safra 2021/22 já era considerada menor do que a safra passada, que fechou em 628.489 toneladas, uma diminuição de 9,38%. Em termos de área, houve uma redução de 9,78%, passando de 273.317 hectares para 243.590 hectares, nesta safra. Já a expectativa de produtividade é de 2.310 kg/ha; na safra passada, ficou em 2.299 kg/ha.

PERDAS
De acordo com o secretário da entidade, Romeu Schneider, embora a perda seja significativa a expectativa era de prejuízos ainda maiores em virtude do longo período de seca. “Pela circunstância achávamos que seria maior, mas em virtude da safra ser plantada mais cedo, como aqui no Vale do Rio Pardo, quando a estiagem começou o tabaco já estava praticamente colhido”, avalia.

Já regiões do Paraná foram afetadas com queda de granizo ainda em dezembro o que causou mais danos uma vez que somente em torno de 20% do tabaco havia sido colhido.

O levantamento leva em consideração o peso de diferentes regiões produtoras, a partir de sua relevância na produção total. Considera, portanto, maiores as perdas em localidades de maior impacto. Mesmo assim, a quebra com o clima também deverá impactar as previsões individuais de produção de cada estado. No Rio Grande do Sul, a estimativa apontava para 265.610 toneladas de tabaco, ficando 6,30% menor do que a anterior.

Em Santa Catarina, a projeção era de 164.124 toneladas, chegando a uma redução de 13,45%. No Paraná, a previsão era de chegar às 139.805 toneladas com queda de 10,02% na produção.

OUTRAS CULTURAS
As perdas com a estiagem atingem diversas culturas nas lavouras gaúchas. Segundo a Emater/RS, mais de 253 mil propriedades de 9.600 localidades do Rio Grande do Sul sofrem com os efeitos da estiagem, situação essa que deixa 22 mil famílias sem acesso à água. Em todo o Estado, 92.800 produtores de milho e 82.400 produtores de soja registram perdas e muitos recorrem ao Proagro. A produção leiteira também tem registrado perdas em 27.289 propriedades gaúchas.