Frio, mães e promoção movimentam comércio local

A importância do Dia das Mães, nesse ano comemorado em 8 de maio, é tão grande para alguns ramos que a data é chamada de “segundo Natal” pelos lojistas. Embora as vendas ainda não tenham engrenado, o setor prevê repetir os números do ano passado, mas as lojas não descartam um crescimento. Segundo a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva), a expectativa é de manter o volume de negócios registrado em 2015. A Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) projeta que a data deve movimentar cerca de R$ 378 milhões para o comércio do Rio Grande do Sul.

Apesar da crise econômica e do crescimento no número de desempregados, a Caciva prefere não realizar projeções de crescimento. “Com este cenário é preciso ter cautela e garantir que o volume de vendas seja igual ou um pouco maior que o do ano passado,” destaca Lisete Stertz, gerente executiva da Caciva.

O segmento de cosméticos/perfumaria, deve ser o segundo mais procurado pelos clientes, segundo pesquisa divulgada pela Fecomércio-RS. Objetivo de 20,3% dos consumidores, itens só perdem para o já tradicional líder de vendas para o Dia das Mães, o vestuário, que deve responder por 45,7% dos presentes. A pesquisa da entidade aponta que os gaúchos gastarão R$ 135,14 por presente, valor poucos centavos abaixo do visto em 2015 (R$ 135,99).

“O comércio de confecções e vestuário se mantém no topo das intenções de comprar, mas outros segmentos como eletrônicos e calçados deve ter boa procura,” aponta Lisete.

FRIO

A Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo fez um levantamento sobre a influência do frio sobre as vendas. Lojas de roupas já estão comercializando 50% mais. Nos calçados, aumento de 20%. “As vendas da estação dependem das temperaturas mais baixas, com o frio, aliado a data em homenagem as mães, poderemos ter um movimento maior no comércio,” explica.

No geral, a venda do comércio gaúcho deve ser até 25% maior do que se o frio não tivesse chegado a tempo.

PROMOÇÃO

A promoção “Minha Mães Merece” organizada pela Caciva tem colaborado para aquecer as vendas nestes dias frios. Foram distribuídas 30 mil cautelas que garantem participação em sorteio com prêmios de R$ 1 mil ou passeio de maria fumaça para 5 pessoas.

Segunda etapa do treinamento de prevenção e combate a incêndio acontece terça-feira

As Secretarias de Educação e de Administração trabalham na atualização dos PPCI’s (Plano de Prevenção e Combate a Incêndios) das Escolas Municipais de Educação Infantis do município. Durante a semana, receberam capacitação representantes das EMEIs Arco Íris, Closs, Passinho Seguro, Vovô Weber, Bela Vista e Infância Feliz.

Na próxima terça-feira, 10, a partir das 8h, será a vez dos servidores das EMEIs Yolita da Cruz Portella, Aloysius Paulino Algayer, Osmar Armindo Puthin, Pingo de Gente, Mônica e Gente Miúda. As ações acontecem nas dependências da EMEI Osmar Puthin, pelos profissionais do Setor de Segurança do Trabalho e também pela Secretaria da Saúde.

O técnico em Segurança do Trabalho da Prefeitura, Rafael Ody Haas, explica que o treinamento de prevenção e combate a incêndio cumpre a resolução técnica n° 14 do Corpo de Bombeiros. “A partir desta capacitação estará cumprida mais uma etapa para aprovação dos PPCIs nas escolinhas do município”, ressalta Haas.

Universitários aguardam auxílio financeiro da Prefeitura para transporte

A presidente da Comissão de Educação do Legislativo Municipal, Helena da Rosa (PMDB) tem levantado a bandeira do movimento estudantil local. Após duas negativas, a União dos Universitários de Venâncio Aires (Univa) protocolou mais um pedido de auxílio financeiro na Prefeitura. Nos pedidos anteriores, a justificativa para a não liberação de recursos ocorreu em virtude do ano eleitoral. Porém, a parlamentar tem questionado a posição municipal.

“É um convênio realizado todos os anos, a lei não permite que novos repasses sejam criados este ano, por conta da eleição. Os município de Vale Verde e Mato Leitão aprovaram repasses bem mais significativos,” argumenta. Helena.

A entidade venâncio-airense – que auxilia 300 alunos – não estipulou um valor para o convênio municipal. O recurso é utilizado para subsidiar as passagens dos acadêmicos que frequentam a Universidade de Santa Cruz do Sul. Com mais de 15 anos de atuação, no ano passado a Univa solicitou aportes financeiros para equilibrar o caixa. A situação este ano se repete, segundo a presidente Janaina Christmann a situação preocupa e pode ser inviável manter as atividades. “Estamos atualmente com um débito de R$ 10,5 mil, mas com certeza irá aumentar ao longo do ano. Para tentar ajustar o financeiro vamos realizar uma rifa, são valores pequenos que não ajudam a quitar um pouco do déficit.”

Uma das alternativas apresentadas pelo governo, segundo Janaina, é de repassar um valor maior no próximo ano. “Se não conseguirmos neste ano nossa esperança é de garantir no próximo, mas não temos garantia de nada.”

ANÁLISE IGAM

O Instituto Gama de Assessoria Jurídica (Igam) emitiu um parecer, a pedido da comissão de edução do Legislativo Municipal. No documento a consultoria destaca que não há impedimento para a assinatura de convênio com a entidade universitária. Isso porque os repasses municipais já ocorreram nos outros anos, não caracterizando um movimento para o processo eleitoral. Além disso, o Igam destaca ainda a possibilidade de conceder reajuste de até 50% ao valor solicitado, sem representar riscos jurídicos ao Município.

PREFEITURA

Conforme o secretário municipal de Educação, Emerson Elói Henrique, o recurso destinado para este tipo de auxílio não sai do orçamento da pasta, em virtude do repasse ser de recursos próprios da Prefeitura. “Além de estarmos com o orçamento apertado há impedimentos legais que prejudicam este tipo de repasse em virtude do período eleitoral. Por precaução a Prefeitura não tem feito este tipo de convênio neste ano.”

Henrique salienta que o novo encaminhado feito pela Univa será avaliado pelas comissões municipais, incluíndo um grupo formado para tratar sobre liberações de recursos em época eleitoral.

Solenidade de abertura da Fenachim terá show de fogos nesta sexta

O melhor mate amargo do mundo está pronto. A Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim), de Venâncio Aires, abriu os portões para o público nessa quinta-feira, 5, para celebrar seus 30 anos. O primeiro dia foi de ingresso gratuito e contou com grande público de escolas e moradores do interior do município, no Encontro de Famílias Rurais.

As soberanas da festa, rainha Daiara Stein e princesas Gabriela Hantt e Nayara Simões, recepcionaram os visitantes com novidades no Parque Municipal do Chimarrão. A área recebeu decoração especial, com grandes palmeiras e um pé de erva-mate adulto logo na entrada pelo pórtico principal. A Corte também puxou o primeiro baile do evento, com o Musical Schuster no Palco Super Lenz.

O presidente da Fenachim 30 Anos, Luiz Paulo Assmann, diz que a festa começou da melhor maneira possível. “Com a hospitalidade, a animação, o conforto e as muitas opções que queremos apresentar aos visitantes. Até o dia 15 teremos atrações para todos. Para a família que quer passar o dia no parque, comer bem e visitar os diferentes setores, os jovens que vêm em busca de diversão e os idosos, que terão um dia dedicado a eles”, afirma.

No Chimarródromo, o show da inauguração foi com o tradicionalista Luiz Carlos Borges. O local, onde se concentra a programação da bebida-símbolo da festa, traz como atrações a Escola do Chimarrão, onde o visitante pode aprender a preparar 36 tipos de mate, além de sair com a cuia pronta e a térmica cheia. Segundo o diretor da Escola, Pedro Schwengber, a expectativa é de que até o dia 15 de maio sejam distribuídas 3,5 toneladas de erva-mate e 22 mil litros de água quente.

PROGRAMAÇÃO

Nesta sexta-feira, além do show nacional da cantora Anitta, o destaque da programação é a solenidade de abertura da Fenachim 30 Anos, que ocorre às 18h30, no Chimarródromo, com a presença de autoridades e da comissão organizadora da festa. Logo depois, o show de fogos de artifício em frente ao parque, seguido da visita oficial aos pavilhões do evento. Na madrugada de sexta para sábado, ocorre show-baile com a Banda Barbarella.

O parque abre ao público a partir das 10 horas, com ingresso de R$ 10,00 e meia-entrada, de R$ 5,00, para idosos, estudantes com carteirinha e portadores de necessidades especiais também com identificação específica. A Fenachim 30 Anos ocorre de 5 a 8 e de 11 a 15 de maio, no Parque Municipal do Chimarrão, em Venâncio Aires.

 06/05 | SEXTA-FEIRA
Hoje é dia de dançar com show da Anitta!

10h – Abertura do Parque do Chimarrão ao público
10h – Abertura do Pavilhão de Exposições
14h – Recepção de Escolas para apresentação cultural
Local: Chimarródromo
15h – Teatro Histórias da Realeza, com Grupo Motototi/Sesc
Local: Chimarródromo
16h – Encontro de prefeitos da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp)
Local: Escola Móvel da Agas
18h – Show com Orquestra Municipal de Venâncio Aires
Local: Chimarródromo
18h30 – Cerimônia de abertura da Fenachim 30 Anos e visitação oficial aos estandes
Local: Chimarródromo
20h –
 Lançamento da Promoção Eu Tô de Boa no HB20
Local: Casa RVA
20h – Show com Banda Celebration
Local: Chimarródromo
21h – Abertura dos portões do Poliesportivo
22h – Música com DJs
Local: Palco Super Lenz
00h – Show nacional pop de Anitta
Local: Poliesportivo
1h30 – Show com Banda Barbarela
Local: Palco Super Lenz

Inter bate o Juventude por 1 a 0 e fica a um empate do hexa gaúcho

O Internacional conseguiu largar em vantagem na busca pelo título do Gauchão 2016. Andrigo marcou o gol colorado no primeiro tempo e pode empatar por qualquer resultado com o Juventude para ficar com o título no próximo domingo, 8 de maio.

Argel colocou em campo um time disposto e determinado. Logo nos primeiro minutos de jogo, Andrigo e Sasha apareceram com ótimas oportunidades no setor ofensivo. Fernando Bob trabalhou bastante na articulação e o resultado favorável chegou aos minutos com Andrigo.

Aos 21 minutos, o meia colorado recebeu uma bola cruzada por Vitinho, entrou na área e mandou uma bomba para fazer 1 a 0 sem nenhuma chance de defesa para Elias.

O Juventude teve uma chance de empatar em poucos minutos. Aos 26, Hugo foi lançado e parou na frente de Alisson. O goleiro se posicionou muito bem e tocou a chance do Juventude para fora.

Na segunda etapa, o Juventude resolveu arriscar tudo que pode e equilibrou bastante a partida. Aos 22, o time de Caxias do Sul ficou em vantagem no número de jogadores. Vitinho acabou sendo expulso após chutar Bruno Ribeiro em um lance infantil.

Argel reforçou o meio campo com a entrada de Jair no lugar e Andrigo e a entrada do lateral Raphinha no lugar de Sasha. No começo desta segunda etapa, o treinador colorado já tinha previsto a pressão, tirando Anderson e colocando Marquinhos, dando sangue novo ao time.

O Juventude se jogou para o ataque e aos 47 minutos, Hugo cobrou uma falta quase na frente do gol, mas o forte chute que passou pela barreira foi para fora. Fim de jogo e o Inter pode empatar por qualquer resultado para ficar com o título do gauchão 2016.

Em uma semana, Estado aplica metade das vacinas contra a gripe

A primeira semana de imunização contra a gripe na rede pública de saúde superou a expectativa do governo do Estado. O balanço parcial até este sábado (30) mostra que foram aplicadas 1.625.514 doses. Parte dos municípios engajados no “Dia D de imunização” ainda não informou os resultados. Mas, de acordo com o movimento registrado, o secretário estadual da saúde, João Gabbardo, afirma que mais de 50% do público-alvo já foi atendido.

Até o dia 20 de maio, o objetivo é imunizar 3,5 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, já foram aplicadas cerca de 300 mil doses. A meta na cidade é 580 mil. Neste sábado, algumas unidades chegaram a registrar falta de vacinas na Capital.

Segundo o secretário municipal de saúde, Fernando Ritter, o problema foi momentâneo. Com o remanejo dos estoques, foi possível chegar ao fim do dia com todas as unidades abastecidas. “A gente não esperava um número tão grande. Chegamos a 50% da meta em seis dias. No ano passado, levamos um mês para alcançar menos de 80%”, explica.

Segundo Ritter, é possível que volte a faltar doses ao longo da semana, mas um novo lote chegará nos próximos dias. A demora no envio pelo Ministério da Saúde ocorre porque a campanha começou mais cedo no Rio Grande do Sul.

“Nós tivemos uma antecipação das doenças de inverno, de H1N1, de casos de infecção respiratória aguda. Foi importante a divulgação pela mídia para que as pessoas procurassem de imediato”, ressalta Ritter.

A vacina é oferecida gratuitamente apenas para quem está no grupo de risco: pessoas com mais de 60 anos; gestantes ou mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias; crianças de seis meses a cinco anos; indígenas; trabalhadores da área da saúde; e doentes crônicos, que precisam apresentar atestado médico.

Governo do RS pagará servidores de fundações na próxima terça-feira

Após depositar mais R$ 300 na conta de servidores públicos na última sexta-feira, o Piratini vai realizar o pagamento de servidores que atuam em fundações públicas na próxima terça-feira (3). São funcionários de entidades regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), como a Fundação de Desenvolvimento de Recursos Humanos, a Fundação Zoobotânica e a TVE (Fundação Piratini).

Estes servidores recebem de forma integral. O montante é de aproximadamente R$ 27 milhões.

Na última semana, o governo voltou a anunciar parcelamento de salários dos servidores do Executivo. Sem dinheiro em caixa, o valor pago aos funcionários até agora foi de até R$ 2,3 mil – o que cobre o vencimento integral de 58% dos trabalhadores.

A previsão para quitar a folha do funcionalismo segue sendo o próximo dia 13 de maio. Nos bastidores, o Piratini espera reunir recursos para pagar novas faixas salariais a partir do dia 9, quando ingressam recursos oriundos do ICMS em caixa.

Dificuldades e inadimplência

Um dos motivos apontados para a necessidade de parcelamento, mesmo em um mês em que a expectativa de incremento da receita era positiva, aponta para a inadimplência do IPVA. Enquanto que em outros anos apenas 5% dos proprietários de veículos não tinha pagado o tributo, em 2016 o índice é de 20%.

Indústria perde espaço na economia da maioria dos estados, aponta CNI

A perda de competitividade provocada por problemas como falta de infraestrutura, burocracia e baixa produtividade está trazendo consequências drásticas para um dos principais setores da economia brasileira. O peso da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) de 22 estados e do Distrito Federal diminuiu de 2010 a 2013. No mesmo período, o peso da indústria no PIB nacional caiu 2,5 pontos percentuais, de 27,4% para 24,9%.

A queda na participação econômica em quase todas as unidades da Federação consta do estudo Perfil da Indústria nos Estados, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ao comparar o valor produzido pela indústria local com a soma de todos os bens e serviços produzidos em cada estado e no DF, o levantamento comprovou a redução da importância do setor.

O maior recuo ocorreu na Bahia, onde a participação da indústria na economia do estado caiu 6,6 pontos percentuais, de 27,1% em 2010 para 20,5% em 2013. Em seguida, vêm Amazonas, com retração de 5,7 pontos (de 42,7% para 37%), e Tocantins, com queda de 4,3 pontos (de 21% para 16,7%).

Responsável pelo maior parque industrial do país, São Paulo está em quarto lugar, com retração de 4,2 pontos percentuais, de 27,1% para 22,9%. A perda de espaço refletiu-se na queda da participação do estado na composição nacional da produção industrial. Em 2010, São Paulo concentrava 32,1% de todos os produtos industrializados fabricados no país. A proporção caiu para 28,6% em 2013.

Apenas em quatro estados, a participação da indústria aumentou no período pesquisado: Amapá (de 7,7% para 13,2%), Maranhão (de 16,8% para 19%), Rio de Janeiro (29,8% para 30,5%) e Espírito Santo (38,6% para 40,5%).

Crise internacional e problemas internos são causas do desemprego no Brasil

O Brasil chega ao Dia do Trabalho, neste 1º de maio, com taxa de desemprego de 10,9%, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já os números de março do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social, mostram supressão de 1,85 milhão de vagas formais em 12 meses. O aprofundamento do desemprego atinge as economias emergentes em geral. Mas o caso brasileiro é agravado pelas crises política e fiscal.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) projeta aumento em 2,4 milhões no número de desempregados nas economias emergentes em 2016. Steven Tobin, do Departamento de Pesquisa da OIT, explica que a deterioração do mercado de trabalho nesses países está ligada à redução do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos em um país). Na América Latina e Caribe, a situação é considerada mais grave, com contração do PIB em 2015.

“Enquanto as economias emergentes navegaram pela primeira fase da recessão global relativamente bem, elas recentemente experimentaram marcada deterioração nas perspectivas econômicas e do mercado de trabalho. A situação é particularmente crítica na América Latina e Caribe. A região deve crescer significativamente abaixo da média mundial nos próximos anos”, destaca Tobin.

Gestores ainda têm resistência em contratar pessoas com deficiência no Brasil

Ao serem apresentados a um candidato com deficiência para uma vaga de emprego, 67% dos gestores e empresários ainda têm resistência em entrevistá-lo e/ou contratá-lo, segundo pesquisa feita com profissionais de recursos humanos (RH). Segundo os dados, apenas 33% dos gestores não tem resistência e contratam o candidato se ele estiver dentro do perfil da vaga.

A segunda edição da pesquisa Expectativas e Percepções sobre a Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho foi feita em 2015 pela i.Social, consultoria com foco na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, em parceria com a Catho e com apoio da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Brasil). No total, 1.519 profissionais de RH responderam à pesquisa.

A diretora de Diversidade da ABRH Brasil, Georgete Lemos, disse que fica visível a questão de valores muitas vezes enraizados de não reconhecer a capacidade das pessoas com deficiência. “O RH tem que ajudar as empresas a realinhar suas ações aos valores que estão sendo adotados pela sociedade. Existe a lei [Lei de Cotas], existe a intenção, mas não existe a atitude compatível. Essa equação é fácil de ser resolvida, tem que ser trabalhado o enraizamento de valores na organização como um todo, começando pelos gestores e se estendendo à totalidade do corpo de funcionários”, disse.

Um dos problemas enfrentados pelas pessoas com deficiência que são candidatas a uma vaga no mercado de trabalho é a abordagem de alguns recrutadores. O cadeirante Joewilson de Souza, 40 anos, de Juazeiro do Norte (BA), contou que já se sentiu desprezado em uma entrevista de emprego.

“Eu recebi encaminhamento para uma entrevista e a pessoa designada para receber os currículos conversou comigo, mas não olhou nos meus olhos. Ele pegou meu currículo e virou as costas, quando percebeu que eu tinha curso superior, ficou surpreso e voltou”, lembrou Souza. “Eu disse que não tinha como esperar o entrevistador, eu queria a vaga, mas não quero mais. Disse: ‘essa empresa não merece uma pessoa com deficiência qualificada, vocês precisam rever seus conceitos’”, contou.

Joewilson Souza é assistente social e diz que os recrutadores precisam ser mais bem preparados. “Fala-se muito acerca da humanização, mas a realidade é que isso ainda continua sendo um mito no mercado de trabalho. É necessário ser gente para lidar com gente, a capacitação precisa ser permanente porque pessoas com deficiência estão aí o tempo inteiro. É preciso ser humano e ser altruísta e valorizar o outro. O ser humano ainda é a coisa mais importante desse mundo”, disse.

A também assistente social Zenira Rebouças mora em Salvador e reclama de dificuldades de acessibilidade na hora buscar uma vaga no mercado de trabalho. Ela é cadeirante e contou que participou de um evento de recrutamento de pessoas com deficiência, mas que o espaço não estava preparado para receber aquele público. “Ele não estava acessível para atender às pessoas, não tinha banheiro adaptado e isso em uma seleção só para pessoas com deficiência”, relatou.

Cumprimento da lei

A Lei de Cotas prevê que toda empresa com 100 ou mais funcionários deve destinar de 2% a 5% (dependendo do total de empregados) dos postos de trabalho a pessoas com alguma deficiência.

Segundo Georgete Lemos, é grande o percentual de empresas que contratam pessoas com deficiência apenas para cumprir a lei, 86%. Apenas 2% contratam porque valorizam a diversidade; 3% porque acreditam no potencial dessas pessoas; e 9% têm interesse no perfil do candidato, independentemente de cota ou deficiência.

Outro dado apontado na pesquisa diz que 60% dos profissionais de RH acreditam que as pessoas com deficiências sofrem preconceito no ambiente de trabalho, seja por colegas, gestores ou clientes. “A empresa que contrata cumpre a lei, mas as pessoas com deficiência não são aceitas internamente pelas pessoas. É preciso uma sensibilização com relação às atitudes das pessoas”, ressaltou Georgete.

Para a diretora, é necessário identificar as dificuldades das pessoas em relação ao outro e atuar em cima disso, seja capacitando as pessoas com deficiência ou conscientizando o corpo funcional e gestor das empresas. “Quem discrimina discrimina tudo e todos, uns mais outros menos. Não só pessoas com deficiência, mas mulheres na alta direção, por exemplo, ou com atribuições de menores salários. Histórias de preconceito e discriminação podem e devem ser evitadas no trabalho através do exemplo. Em uma organização que tenha líderes conscientes, a equipe reproduz esse comportamento”, destacou.

Segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no Brasil existem 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa 23,92% da população brasileira.

A diretora administrativa da Associação Brasiliense de Deficientes Visuais (ABDV), Adriana Lourenço das Candeias, disse que o problema é a falta de informação e socialização dos gestores. “Eles têm que saber o que o deficiente realmente é capaz de fazer. Muitas vezes só contratam para cumprir a lei e não têm noção do que é uma deficiência, seus limites, dificuldades e capacidades. Com mais informação, contratariam com mais segurança e consciência.”