Rede de Farmácias São João disponibiliza de graça medicamentos de uso contínuo para vítimas das enchentes no RS

Olá Jornal
maio09/ 2024

A Rede de Farmácia São João anunciou nesta quarta-feira (08) mais uma ação para amenizar a situação das vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A proposta é atender, de maneira imediata, a população mais afetada, ao disponibilizar mais de 80 tipos de medicamentos de uso contínuo, para tratar hipertensão, asma e diabetes, além de anticoncepcionais.

“Recebemos o apelo do prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, explicando que as pessoas perderam na enchente os documentos para retirar medicamentos de uso contínuo, perderam os medicamentos e não conseguem retirar novamente, nem adquirir num momento como esse, reunimos a equipe e pensamos em uma saída”, conta o presidente da Rede de Farmácia São João, Pedro Brair.  

Um programa foi criado imediatamente para agilizar e fornecer de graça e sem burocracia esses produtos. Os medicamentos atendem aos problemas de saúde que acometem 90% da população brasileira. A lista de medicamentos e municípios está disponível no site da São João.

Os mais de 40 municípios, que sofreram maior impacto pelas enchentes, farão parte do programa. Basta a pessoa que faz o uso desse medicamento contínuo chegar a qualquer uma das 342 farmácias da São João nos municípios listados e informar o CPF. O programa vai até 31 de maio ou enquanto durar os estoques.

“O Rio Grande do Sul está passando por momentos muito difíceis. Milhares de pessoas perderam muito: seus familiares, casas, bens. Ver uma ação concreta de ajuda à população é motivo de gratidão. Em nome dos atingidos, agradecemos à São João por doar medicamentos da assistência farmacêutica básica. A saúde em primeiro lugar e a empresa, com este gesto, cuida da população”, ressalta a secretária da Saúde do RS, Arita Bergmann.

De acordo com o Sindicato Médico do RS – Simers, os médicos se sentem mais confortáveis com essa iniciativa, sabendo que seus pacientes não interromperão os tratamentos. “Parabenizamos as Farmácias São João por este movimento extremamente humanitário”, disse o diretor executivo do Simers, Luiz Alberto Grossi.

“Essa ação da São João, de alcançar os medicamentos de forma gratuita e desburocratizada, irá fazer grande diferença. Neste momento, as pessoas deixam de cuidar até da própria saúde, de tomar medicação ou nem conseguem pegar remédio. Então, eu louvo essa iniciativa em nome dos 497 municípios gaúchos”, salientou o presidente Famurs – Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, Luciano Orsi.

A Rede de Farmácia São João soma esforços com a sociedade civil e com o poder público, por meio de uma série de ações de apoio às vítimas das enchentes do maior desastre climático do RS.

“É crucial oferecer suporte neste momento sensível. Precisamos reconhecer que há perda de vidas, perda material e também um enorme abalo psicológico. É um trauma muito grande e todos precisamos aliviar o sofrimento do povo gaúcho”, destaca Pedro Brair.

CRÉDITO: AI Farmácias São João

Semma resgata mais de 600 animais da enchente em Venâncio Aires

Olá Jornal
maio08/ 2024

A Secretaria de Meio Ambiente (Semma), por meio da equipe da Causa Animal e voluntários, resgatou mais de 600 animais, entre caninos, felinos, aves, suínos, caprinos, bovinos, e equinos, da enchente que assolou Venâncio Aires.

Foram 172 animais albergados, que foram resgatados ou que estão com seus tutores nos três abrigos disponibilizados pela Prefeitura, 25 animais sem identificação de tutores e estão sob responsabilidade da Semma, e 11 animais passaram pela secretaria precisando de atendimento médico. E, ainda, 142 animais receberam ajuda nos resgates e foram transportados com os seus tutores até um local. No total, 350 foram atendidos pela pasta, no acolhimento e albergagem, com serviço de atendimento veterinário, e na ajuda por resgate.

Conforme a assessora da pasta, Alessandra Ludwig, os animais estão em locais de abrigos. “Os animais estão em lares temporários, no Centro de Adestramento ‘Cão Amigo’, no CT Animal e nas clínicas veterinárias parceiras. É muito importante que as pessoas entrem em contato no número da causa animal, que nós temos o controle e passaremos as informações necessárias de cada animal”, ressalta Alessandra.

As doações continuam e quem quiser participar pode entrar em contato pelo whatsapp da Causa Animal no (51) 93505-7229. “Muito importante que continuem doando ração, tanto para cachorros como para gatos, filhotes e adultos. Esta doação pode ser feita diretamente nos Pavilhões São Sebastião Mártir ou comprar nas agropecuárias do município que elas levarão até o local”, conclui a assessora.

CRÉDITO: AI PMVA

Ajuda de voluntários, entidades e empresas tem sido fundamental para apoio às vítimas das enchentes, destaca o prefeito Jarbas

Olá Jornal
maio08/ 2024

“É imensurável a proporção da ajuda que a nossa comunidade está dando e recebendo. Desde ações diretas às vítimas até as ajudas aos abrigos e localidades atingidas, são gestos individuais, coletivos, de empresários e entidades de Venâncio Aires”. A manifestação do prefeito Jarbas da Rosa faz referência a avalanche de gestos de solidariedade e ajuda humanitária que o município vem prestando e recebendo desde a semana passada com as enchentes no município. Com cerca de 23 mil moradores atingidos pelas fortes chuvas, o município que decretou calamidade pública vai aos poucos, contabilizando os prejuízos, depois de ter priorizado o salvamento de vidas e assistência às vítimas.

O prefeito destaca a ajuda voluntária vit,al ainda nas primeiras horas das inundações na semana passada no salvamento das pessoas, nos milhares de resgate feitos e na assistência aos desabrigados. “Inúmeras entidades e instituições, empresários venâncio-airenses, anômimos, servidores municipais estão sendo responsáveis pela ações de apoio a nossa comunidade”, afirma o prefeito, lembrando ainda ações e campanhas vindas de outros município, estados e até mesmo de fora do país. “Nunca vamos conseguir mencionar todas as ajudas recebidas, só nos resta dizer que cada mão está sendo fundamental”, destaca o prefeito.

De entidades como a Sociedade Olímpica de Venâncio Aires- Sova, por exemplo, vem a iniciativa de organizar refeições para as centenas de pessoas alojadas nos abrigos municipais. Além disso, centenas de produtos, entre alimentos e material de higiene e limpeza, foram arrecadados e levados aos moradores. “A exemplo das enchentes de setembro do ano passado, nos reunimos como diretoria e associados, com diversas doações de conhecidos nossos até de fora de fora do município e nos colocamos a serviço”, destaca a diretora social da Sova, Cíntia Kroth de Araújo. O grupo já distribuiu mais de mil marmitas para refeições das vítimas e mais de mil sanduíches, além de materiais de limpeza, colchões e cobertores.

CRÉDITO: AI PMVA


Chegam a 100 os óbitos por conta das enchentes do Rio Grande do Sul

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou os números de óbitos e municípios atingidos pelas enchentes desde o último dia 29. No estado foram registrados 83 óbitos, outros 04 estão em investigação*. Atualmente são 128 desaparecidos em função das cheias. O total de gaúchos afetados soma 1.456.820 pessoas. O número de municípios com registro de prejuízos chega a 417. Em abrigos são 66.761 pessoas. Outros 163.720 desalojados.

Boletim das 12h de quarta-feira (8/5)

  • Municípios afetados: 417
  • Pessoas em abrigos: 66.761
  • Desalojados: 163.720
  • Afetados: 1.456.820
  • Feridos: 372
  • Desaparecidos: 128
  • Óbitos confirmados: 100
  • Óbitos em investigação*: 4


*Está sendo apurado se as mortes têm relação com os eventos meteorológicos.

Grupo Educacional Faveni doa R$ 1 milhão ao Cisvale para o PIX Solidário

Olá Jornal
maio08/ 2024

O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) recebeu o valor de R$ 1 milhão de Reais em uma transferência do Grupo Educacional Faveni, mantenedora da Faculdade e Colégio Dom Alberto. Os recursos serão destinados ao PIX Solidário, que recebe valores em conta aberta especialmente aberta para esta arrecadação, com o objetivo de ajudar os municípios na reconstrução do Vale do Rio Pardo.

Lançado na terça-feira, 30 de abril, o PIX Solidário foi implementado como uma ferramenta de mobilização para arrecadação de doações para os municípios da região atingidos pelas cheias e pelos temporais. Conforme a presidente do Cisvale, Sandra Backes, toda a ajuda será necessária para a retomada das atividades nos municípios. “Algumas cidades como Sinimbu, Candelária, Vera Cruz, Rio Pardo e Santa Cruz do Sul foram muito prejudicadas pelas enchentes que praticamente devastaram nossa região. A intenção é fazer com que mais pessoas doem e consigamos reunir o maior volume de recursos”, justifica Sandra.

Segundo a diretora executiva do Cisvale, Léa Vargas, a divisão dos recursos será conforme o grau de catástrofe de cada município da região. “Queremos que estes valores estejam disponíveis com a maior agilidade, na conta das prefeituras, o que deve ocorrer já a partir de 08.05.24 – ou seja, de forma imediata. Entendemos que este é um momento muito difícil, e daqui para frente, os gestores terão enormes desafios para conseguir reconstruir as cidades arrasadas em decorrência desta grande tragédia climática”, pontua.

A diretora executiva do Cisvale explica que qualquer empresa pode fazer doações diretas ao Consórcio, que utilizará os recursos para a divisão entre os municípios atingidos. “É importante frisar que o PIX Solidário do Cisvale é a garantia de emprego dos recursos doados para a nossa região. Tudo que for arrecadado aqui ficará com os municípios que estão passando por dificuldade. É muito importante que outras empresas e entidades que têm condições participem desta ação regional”, complementa Léa Vargas.  

Como ajudar a região

O PIX Solidário é o número do CNPJ do Cisvale – 07.664.821/0001-71 – e a doação pode ser feita por meio da chave ou através da leitura do QR code criado para facilitar a ação. As doações podem ser feitas também pelo depósito direto na conta corrente 04.255876.0-9, agência 0340, do Banrisul – favorecido “CISVALE”. “É muito importante que todos as pessoas que têm condições de ajudar façam a sua doação. As comunidades precisam de tudo e os municípios são o primeiro acesso para este atendimento”, reforça a presidente do Cisvale, Sandra Backes.

Fundo de Calamidade Pública

O Conselho Administrativo do Consórcio definiu, na tarde da última terça-feira, 7 de maio, as regras de divisão dos recursos que serão arrecadados por meio do PIX Solidário do Cisvale. O valor das doações irá compor Fundo de Emergência e Calamidade Pública, que será dividido entre os municípios em duas rodadas de repasses.

A primeira rodada, que irá utilizar os recursos da doação do Grupo Educacional Faveni ocorrerá por meio de três categorias. R$ 10 mil Reais para cada município consorciado que tenha decretado situação de emergência. R$ 30 mil Reais para cada município que decretou e teve homologada a situação de calamidade pública. Outros R$ 5 mil para cada nível de desastre. Os valores de R$ 10 mil e R$ 30 mil são alternativos, não acumuláveis pelo município. Já o repasse para cada nível de desastre obedecerá aos critérios dos decretos municipais ou estadual.

Os municípios terão que pedir ao Cisvale o repasse financeiro de acordo com os critérios estabelecidos pelo Consórcio, indicando as formas de utilização dos valores. A prestação de contas da aplicação dos recursos precisa ocorrer em até 30 dias após o recebimento e a área financeira e fiscal do Cisvale terá até 15 dias para analisar a prestação de contas enviada.  

Após a utilização dos valores iniciais, o município poderá fazer um novo pedido complementar de igual valor, para a segunda rodada de pagamentos. Esta solicitação será atendida caso haja recursos disponíveis no Fundo de Emergência e Calamidade Pública, instituído por meio do PIX Solidário Cisvale. O saldo restante do fundo poderá ser repassado de forma proporcional aos municípios.  

Assemp adia escolha das soberanas da 39ª Oktoberfest

Olá Jornal
maio08/ 2024

A Associação de Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp) comunicou, na manhã desta quarta-feira, 8, a decisão de adiar a escolha das soberanas da 39ª Oktoberfest. O evento, agendado para o domingo, 19 de maio, será realizado em outra data, ainda a ser definida pela entidade nas próximas semanas.

Conforme o presidente da Assemp, Ricardo Bartz, o adiamento leva em consideração a situação de calamidade vivida pelo município e também diversos municípios da região e do Estado em virtude das enchentes. “Entendemos que, neste momento, não temos clima para uma escolha festiva, como é característica do nosso evento. Com calma, vamos decidir pela nova data, escolher a nova corte da festa e nos preparar para nosso evento de outubro”, destaca Bartz. O concurso, que visa eleger as sucessoras da rainha Camila Eduarda Schaefer e das princesas, Marilia Fischer e Daniela Schoeninger, tem 15 candidatas inscritas.

CRÉDITO: AI ASSEMP/Four Comunicação

Governo Federal confirma repasse de R$ 4 milhões para Venâncio Aires em primeiro recurso da Defesa Civil

Olá Jornal
maio08/ 2024

A Defesa Civil Nacional confirmou nesta terça-feira, 07, os primeiros repasses para os municípios atingidos. Os valores são direcionados para assistência dos atingidos pelas enchentes, e restabelecimento de acessos. O repasse total soma R$ 21,8 milhões, para 30 municípios gaúchos. O recurso será direcionado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Conforme o ministro Paulo Pimenta, da Comunicação da Presidência da República, neste primeiro momento os recursos são para os municípios garantirem as necessidades básicas das famílias que foram fortemente afetadas pelas enchentes, como a compra de alimentos e de colchões. O maior valor foi direcionado para a cidade de Arroio do Meio (R$ 4,6 milhões).

Município de Venâncio Aires reestabelece acesso à Vila Mariante apenas para máquinas e caminhões

Olá Jornal
maio08/ 2024

Com a baixa ainda lenta das águas na região de Vila Mariante, apenas máquinas e caminhões altos da Prefeitura de Venâncio Aires conseguiram acesso, no início desta quarta-feira, 08, para o trabalho emergencial em Vila Mariante. Por volta das 7h, um grupo pessoalmente liderado pelo prefeito Jarbas da Rosa voltou à região em busca de acesso terrestre pelas estradas vicinais e, com dificuldades, chegou até a Vila. “Nossa prioridade hoje será o enterro de animais. Ainda há muito trabalho por aqui”, esclareceu o prefeito.

Paralelo a isso, a Administração Municipal busca o reestabelecimento emergencial de uma ligação da RSC-287 com a região Metropolitana do Estado. Após a destruição de trechos inteiros da rodovia administrada pela empresa Rota de Santa Maria e a expectativa de demora de até 30 dias para um conserto por parte da concessionária, a Prefeitura já anunciou que fará o desvio, com apoio de empresários, por estradas vicinais municipais.

“Não vamos esperar. Assim que baixar a água vamos reestabelecer o acesso, num desvio que dará cerca de cinco quilômetros por estradas vicinais de Picada Mariante. Com a garantia de que a ponte está em condições seguras para passagem, vamos reestabelecer emergencialmente essa ligação. Nossa economia já foi muito atingida e o reestabelecimento da produção via 287 é emergencial para Venâncio e vários municípios do Vale do Rio Pardo”, concluiu o prefeito Jarbas da Rosa.

CRÉDITO: AI PMVA

Exército de voluntários no pavilhão para levar solidariedade aos atingidos pelas enchentes

Olá Jornal
maio08/ 2024

O Pavilhão São Sebastião Mártir concentra o maior espaço de doações para famílias atingidas pelas enchentes em Venâncio Aires. Nesta terça-feira, 07, as principais demandas envolviam colchões, roupas de cama, toalhas, itens de higiene pessoal e produtos para limpeza. Com a baixa das águas em Vila Mariante e arredores, uma nova etapa de socorro será iniciada, com avaliação de riscos e suporte para o retorno.

Entretanto, segundo a vice-prefeita, Izaura Bergmann Landim (MDB), muitos imóveis foram destruídos. “Para aqueles que tiverem os seus imóveis vamos garantir itens para limpeza e alimentos, de forma segura. Ainda temos dificuldades de acesso para as localidades atingidas por esta cheia histórica.”

Izaura destaca ainda que o Município realizou a compra de uma carga de colchões, mas em função das dificuldades logísticas houveram atrasos na entrega do material. “Assim como surgem demandas, solicitamos aos voluntários que prontamente buscam atender essas necessidades. A demanda muda ao longo do dia, mas conseguimos atender,” comenta.

As doações podem ser entregues no local das 7h30min às 17h30min, sem fechar ao meio-dia. No local, há um ponto de cadastramento para as pessoas que foram atingidas pela enchente. O centro de doações na área central também direciona itens para Estância Mariante e o Ginásio de Mangueirão, onde estão pontos de apoio para os atingidos pela enchente em Vila Mariante e localidades arredores.

A Prefeitura de Venâncio Aires também abriu nesta segunda-feira, serviço de intermediação entre doações e pessoas atingidas. Pelo whatsapp 51 99910-9500 pode ser enviada a necessidade e itens disponíveis para doação.

Para especialistas enfrentamento de crises climáticas precisam de políticas públicas maiores

Olá Jornal
maio08/ 2024

As cheias que afetam o Rio Grande do Sul desde a última semana apontam para a ocorrência cada vez mais constante de situações críticas do clima no estado. Ainda em setembro e novembro de 2023 foram registradas cheias históricas. Em 2024, ocorreu o maior desastre do estado com prejuízos em quase 400 municípios gaúchos desde o dia 29 de abril, afetando 1,4 milhão de pessoas. O enfrentamento dos eventos climáticos, na avaliação de especialistas, deverá passar por investimentos públicos, qualificação e preparação da população, uma vez que farão parte da rotina dos gaúchos, de forma mais intensa.

A enchente de maio de 2024 passa a ser um novo parâmetro, após a de 1941. Segundo o engenheiro agrônomo e doutor em Desenvolvimento Regional da Unisc, Jaime Weber, que ministra aulas sobre agrometeorologia, os eventos climáticos vividos pelo estado exigirão políticas públicas mais efetivas para o enfrentamento e minimização dos impactos. “Nem o maior pessimista, imaginava que ia ocorrer uma coisa dessa natureza que vivenciamos nos últimos dias. Mas isso nos coloca em alerta. Nós, de fato, temos que nos preparar para isso. Tanto em nível dos municípios, como do estado, nacional, para eventos dessa natureza. Precisa de recursos, de treinamento das comunidades e precisa de crédito. Além dos recursos públicos, nós vemos que a solidariedade das pessoas faz diferença no primeiro atendimento dos atingidos.”

Segundo o professor, até junho o El Niño seguirá atuando no clima do estado, trazendo mais chuvas, entretanto, a partir do segundo semestre, o clima será seco, com inverno mais rigoroso, trazendo também a possibilidade de estiagem para o próximo verão. “Obviamente, acredito que é urgente uma ação de prevenção, não só com estratégias muito bem definidas para a gente conseguir se preparar minimamente para eventos que possam ocorrer nos próximos anos. Atualmente, vivemos o excesso de chuva, e há indicativos de neste mesmo ano ter os impactos da estiagem, que vai trazer também prejuízos para os moradores do Rio Grande do Sul.”

PREVISÃO
Conforme o docente, ao longo de maio e junho haverá tendência de chuva e risco de temporais em todo o Rio Grande do Sul, em especial para a mudança de estação. “Então, eu diria que em maio é um mês que a gente tem que ficar um pouco em alerta, porque tem essa situação de que nós temos um excesso de água nos rios e principalmente o solo que está bastante encharcado, ele não tem mais uma capacidade de retenção da água. Em junho, possivelmente vai ser um mês um pouco mais seco, com chuvas médias ou abaixo da média para o mês. Julho e agosto possivelmente vai ser seco, com uma quantidade menor de chuva, vai ter um frio,” alerta Weber.

Eventos climáticos vão impactar na migração das localidades

O episódio das enchentes que atingiram mais de 390 municípios do Rio Grande do Sul deve modificar inclusive a ocupação de regiões, não só nas áreas de risco. A migração é uma das mudanças provocadas pela recente crise do clima que atinge em cheio o estado gaúcho. A situação é apontada pela doutora em Geografia, professora e pesquisadora da área de Geociências da Uninter, Larissa Warnavin.

Doutora em Geografia, professora e pesquisadora da área de Geociências da Uninter, Larissa Warnavin

“A gente dificilmente consegue barrar uma inundação dessa proporção, mas precisamos oferecer, políticas públicas que possam garantir uma comunicação segura para as populações, inclusive na hora de deixar as suas casas. Provavelmente cada vez mais pessoas migrando em função desses desastres,” afirma.

PREVENÇÃO
A região terá que, além de realizar investimentos em infraestrutura das cidades, garantir estruturas que suportem cheias e equipamentos de acesso, promover mudanças culturais nas comunidades. “A gente espera, obviamente, que demore muitas décadas para acontecer novamente ou que não ocorra eventos como este, que a gente possa ter obras de infraestrutura agora eficazes, um investimento massivo do governo para que possa amparar essas populações, porque isso sim é um papel da união dos estados, dos municípios, de criar essas condições para a segurança física, ambiental dessas populações,” comenta Larissa.

A pesquisadora afirma que a própria população terá que entender a necessidade de acompanhar alertas e se preparar para eventos climáticos de grande impacto. “Quando eu falo em mudança cultural tem a ver com ações de como se precaver, em atender quando tiverem alertas, alarmes sobre esses eventos extremos e tem a ver com uma mudança de cultura em relação ao que a gente exige dos nossos governantes,” conclui.