Motoristas profissionais e a sua força no giro do país

Olá Jornal
julho25/ 2018

A força de uma das principais categorias profissionais do país foi comprovada durante os meses de maio e inicio do mês de junho. Durante este período o Brasil viu o abastecimento dos mercados afetados, postos de combustíveis sem produto e estradas sem movimento. Os caminhoneiros provaram na prática que podem parar o país. Neste dia 25 de julho, que homenageia Colonos e Motoristas, a força desta categoria volta à tona, em especial pela greve que paralisou a nação durante 10 dias.

A data é importante também para refletir sobre os serviços de transportes e a importância deste segmento para o desenvolvimento do país. Apesar de retração na economia de 3,4% verificada no mês de junho, por conta da paralisação, os motoristas tiveram melhorias, mas ainda longe do ideal. Esta é a avaliação do analista político da XP Investimentos, Richard Back. Segundo ele, a greve mostrou para os políticos a importância dos motoristas profissionais e a dependência desta categoria para o escoamento da produção.

“O Estado chega aos caminhoneiros em forma de multas e estradas ruins. É uma profissão dura e que não recebe retorno dos tributos pagos. Estes profissionais têm força e conseguiram para a economia do país. Além disso, tiveram apoio da maior parte da população, mesmo causando prejuízos nas empresas e na própria arrecadação tributária,” argumenta.

Segundo o profissional, atualmente a classe política possui medo de novos movimentos de paralisação. “É uma luta justa, por melhores condições junto ao governo. Os políticos viram esta força e tem medo de uma nova greve, em pleno período eleitoral, que poderá resultar em prejuízos maiores.”

Pelas estradas a importância de uma classe

Os motoristas possuem importância fundamental na economia e na sociedade brasileira. Segundo dados do Estudo Rumos 2015, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, dentre os principais modais de transporte (rodoviário, aéreo, hidroviário, ferroviário e dutoviário) utilizados no estado, a concentração está no transporte por rodovias, com aproximadamente 88%, bem superior à média brasileira que é de 55%. O transporte ferroviário representa 6%, os modais hidroviário e dutoviário, 3% cada.

Para o doutor em Administração e professor da Universidade do Vale do Taquari (Univates), Samuel Martim de Conto a categoria mostrou o tamanho da sua força durante as paralisações. “Os motoristas transportam matérias primas, produtos, e quando ocorre alguma situação nesse tipo de transporte (ex. a greve recentemente) percebemos o quão dependente a economia é do modal rodoviário. Com a greve, isso ficou mais claro para todos, inclusive os próprios motoristas. Acho que não tinham ideia da força que possuem.”

MUDANÇAS?

Conto lembra que mudanças no sistema logístico do país, em curto prazo não deve sair do papel. “O poder público tem o papel primordial de articular estes investimentos necessários. Se não há condições de investimentos públicos, deve possibilitar ao setor privado, com responsabilidade, coordenação e acompanhamento. No médio prazo, as lideranças regionais (sociedade civil organizada, empresarial, entidades de classe, políticas) precisam continuar a reivindicar melhorias nos modais existentes na região. Há um porto sub aproveitado, ferrovias que pouco ou nada transportam e predominância de transporte em rodovias sobrecarregadas,” destaca.

FROTA

Além dos meios de escoar a produção, nos últimos anos houve crescimento na frota de veículos pesados. No total atualmente Venâncio Aires possui 44.835 veículos registrados. Destes, a maior parte são de automóveis, que totalizam 24.444. Outra parcela envolve motocicletas e ciclomotores, que totalizam 12.499. Entretanto, o destaque é para o número de caminhões registrados no município. No total são 1.551 veículos deste tipo licenciados na cidade. Outros 309 são ônibus e micro-ônibus. Os dados constam nos registros do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS).

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