Ministério Público vai ouvir coordenadores da Fenachim 2014

Guilherme Siebeneichler
julho04/ 2016

Após ter as contas investigadas por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores, a 13ª Festa Nacional do Chimarrão teve o seu balanço financeiro analisado pelo Ministério Público. Ainda em julho o promotor João Afonso Beltrame irá convocar coordenadores do evento para ouvir depoimentos em audiência. A gestão da festa teve problemas no gerenciamento, porém, segundo o MP, não foram constados indícios de desvios.

Nos próximos dias os membros do órgão emitirão notificações às lideranças da festa realizada e maio de 2014. Na oportunidade estiveram a frente do evento como coordenadores: Giovane Wickert (social); Celso Artus (financeiro); Hélio Lawall (comercial) e Ronald Artus (infraestrutura), além do presidente de honra, prefeito Airton Artus.

Nas investigações realizadas por Beltrame após arquivamento da CPI no Legislativo Municipal, se constatou que houve erro de procedimento na condução financeira do evento. “Não teve critério efetivo para o controle dos gastos, por isso não se conseguiu fechar as contas.”

Com as dificuldades para fechar o caixa, o Município naquela ano precisou realizar um aporte financeiro extra de R$ 200 mil. Antes do evento, a Prefeitura já havia repassado R$ 230 mil. Entretanto, o promotor destaca que os relatórios financeiros com os recursos públicos tiveram cuidados especiais. “A Prestação de contas foi bem realizada com o dinheiro público e fechou. Os recursos privados deram problema, prestadores de serviços que não receberam nos prazos ou pagaram menos, patrocinadores que não depositaram os valores,” argumenta.

EDIÇÃO 2016

Neste ano foi realizada a 14ª Festa Nacional do Chimarrão. Antes do evento Beltrame se reuniu com membros da comissão organizadora comanda por Luiz Paulo Assmann, para solicitar melhorias no gerenciamento dos recursos. “Já estavam cientes da necessidade de melhorias no gerenciamento dos recursos, inclusive com pessoas que atuaram durante anos em bancos. O controle foi bastante rigoroso,” explica.

CARTILHA

Para garantir que as próximas edições não tenham registros de descontrole financeiro, o Ministério Público irá emitir uma recomendação, tipo cartilha, com as normativas para os relatórios financeiros e gestão do evento. A proposta é encaminhar um regramento a Associação Fenachim, mantenedora atual. Após essa emissão, em caso de descontrole financeiro, os envolvidos com a festa poderão responder criminalmente, por descumprir recomendação do MP.

Foto: Divulgação/ Guia Venâncio

Guilherme Siebeneichler