A fala do embaixador do Brasil no Panamá, chefe da delegação do governo brasileiro na 10ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, já repercute com movimentos entre ministérios do Governo Federal. Carlos de Abreu e Silva afirmou em discurso na COP10 que o país leva em consideração a diminuição das áreas cultivadas com tabaco e busca explorar alternativas econômicas viáveis e sustentáveis para os agricultores. A declaração foi criticada por deputados federais e estaduais que acompanham o evento do lado de fora, uma vez que a posição do Ministério da Agricultura e do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) era de garantir a defesa da produção brasileira, sem riscos aos produtores.
A partir da declaração desta terça-feira, 06, o MDA anunciou que está enviando um representante para acompanhar de perto os trabalhos da delegação oficial do Brasil na COP10. O órgão representa no país a agricultura familiar. Até então, o segmento estava sendo representado pelo secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini (Podemos), porém, sem efetiva participação nas posições brasileiras durante a conferência. O Olá Jornal ainda no mês de janeiro confirmou o não envio de representação do MDA para a COP10, com risco de enfraquecimento da agricultura familiar dentro dos debates.
A expectativa é de que um representante do Ministério chegue ao Panamá entre esta quarta e quinta-feira, 08. Medidas que possam prejudicar a produção e o cultivo de tabaco não terão apoio do Mapa e do MDA. Com isso, a posição brasileira não deve ser aprovada, já que é necessário consenso entre os ministérios que integram a Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq).