O saldo positivo na geração de empregos em Venâncio Aires tem relação com a pandemia. O resultado de 2020 encerrou com 546 admissões no saldo. O melhor resultado desde 2014. Entretanto, a manutenção dos contratos de trabalhadores do grupo de risco, com mais de 60 anos, refletiram neste resultado. As empresas optaram em afastar estes trabalhadores, mantendo os contratos, e convocaram novos safristas para suprir a demanda. A medida refletiu no resultado de empregos gerados neste ano, com valor histórico. Em plena pandemia, foram realizadas 12.630 admissões, contra 12.084 desligamentos.
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Venâncio Aires, a manutenção dos trabalhadores do grupo de risco, mas sem presença nas fábricas, não deve se repetir este ano. “Isso ocorreu frente às incertezas, mas não deve se repetir. Tivemos empresas que mantiveram cerca de 300 contratos, mas sem os trabalhadores em atuação nas fábricas. Possivelmente aqueles com risco maior de saúde não serão convocados, apesar das empresas apontarem que irão contratar no mesmo nível do ano anterior,” argumenta o administrador do sindicato, Ricardo Sehn.
AVALIAÇÃO
O volume de empregos em Venâncio Aires está diretamente ligado à safra de processamento de tabaco nas indústrias. No total, em 2020, foram realizadas 12.630 admissões. Os desligamentos totalizaram 12.084 registros. Em 2019 o saldo positivo de empregos no município foi de 140 vagas. No ano foram 11.662 admissões, contra 11.522 demissões.
Até junho, Venâncio Aires registrou saldo positivo mensal nas contratações, quando ocorre o período de safra nas empresas fumageiras. A partir de julho, o saldo é negativo, até o mês de outubro. Em novembro ocorreu pico de contratações, com saldo positivo de 201 empregos. Em dezembro o saldo é negativo, com 353 desligamentos.
ESTADO
Prejudicado por pandemia e estiagem, o Rio Grande do Sul amargou, em 2020, desempenho negativo no mercado de trabalho formal. No acumulado do ano passado, o Estado perdeu 20.220 empregos com carteira assinada. Trata-se do segundo pior desempenho do Brasil – o Rio de Janeiro encerrou 127.155 vínculos. O Brasil fechou o ano passado com saldo positivo de 142.690 vagas. É o mais baixo desde 2017. O saldo gaúcho decorre da diferença entre 972.201 admissões e 992.421 cortes.
O desempenho já era aguardado por analistas, devido à crise econômica gerada pela combinação entre covid-19 e seca nas lavouras. Apesar das dificuldades, o Estado ensaiou reação no mercado de trabalho no segundo semestre. De julho a novembro, confirmou cinco avanços consecutivos, recuperando parte das perdas.