Mais de 27 de hectares de matas foram perdidas em Venâncio Aires com deslizamentos

Olá Jornal
junho05/ 2024

Em Venâncio Aires os desmoronamentos de encostas e deslizamentos devastaram cerca de 27 hectares de matas nativas, conforme levantamento do escritório local da Emater/Ascar. Entretanto o número é maior, já que não foram contabilizadas as perdas com áreas de matas ciliares de arroios e rios. Só na divisa entre o território municipal e o Rio Taquari, são cerca de 15 quilômetros, com áreas de matas afetadas pela cheia. Por isso, a projeção é de alcançar pelo menos 50 hectares de áreas florestais com necessidade de regeneração no território municipal.

Conforme o chefe do escritório da Emater de Venâncio Aires, engenheiro agrônomo Vicente Fin, que assinou o relatório de perdas na área rural do município, destaca que a regeneração das áreas afetadas será feita ao longo dos anos. “Esses 27 hectares devastados foram de matas nativas, ainda precisa ser computado as perdas com áreas ciliares. Mas a própria natureza deve iniciar essa regeneração, já que sementes tem a vontade, é só deixar vir. Na beira da barranca de rios, já provou que precisam ser árvores baixinhas, capins nativos, que estarão sujeitos a enchentes e correntezas.”

A recuperação das áreas atingidas deverão ser feitas com matas nativas, porém, em especial nas encostas, a recuperação levará mais tempo. “Neste primeiro momento, onde ocorreram deslizamentos, aflorou rochas e o solo inferior não é de boa qualidade. Acredito que vai existir uma certa dificuldade de ser implantado, para ter sucesso. Nestes casos será preciso ocorrer regeneração naturalmente. A mata ciliar precisará ser pensada com espécies que são nativas, adaptadas para locais de fortes correntezas, que não são muito altas,” reforça.

ESTADO
Um levantamento feito pelo Instituto Escolhas aponta que o Estado precisa restaurar 1,16 milhão de hectares de vegetação nativa para enfrentar a mudança climática. A área que necessita de regeneração vegetal representa apenas 4% da extensão total do Rio Grande do Sul. O reflorestamento, exemplifica o estudo, possibilitaria um aumento da infiltração da água no solo, impedindo que maiores quantidades cheguem às cidades. A construção de estruturas e espaços mais resilientes aos eventos extremos faz parte da Agenda 2030, que aponta diretrizes para o desenvolvimento sustentável.

O Instituto Escolhas é uma organização sem fins econômicos que propõe soluções em temas como desmatamento, mineração e energia. No ano passado, suas pesquisas foram fundamentais para identificar e começar a desmontar a rede criminosa dos garimpos ilegais na Amazônia.

Olá Jornal