O Hospital Santa Cruz conta com projeto literário que visa levar melhor qualidade de vida para crianças internadas. Ao mesmo tempo, ainda auxilia financeiramente nas melhorias a serem implementadas na pediatria. O movimento foi iniciado pela professora da Unisc e diretora de ensino, pesquisa e extensão, Giana Diesel Sebastiany, quando decidiu escrever o primeiro livro infantil dedicado aos pequenos pacientes do hospital. A educadora foi motivada pelo ambiente logo que chegou para trabalhar na casa de saúde. “Me deparei com a pediatria bastante negligenciada do ponto de vista estético e pedagógico, pensei em escrever essa história para integrar uma proposta pedagógica”, lembra.
Assim surgia o personagem Lino, um anjinho que ao cair do céu quebrou o pé e precisou ficar internado no hospital. A história trazia proximidade às histórias daquelas crianças internadas e desta forma, o livro foi um sucesso e ganhou até mesmo os jalecos dos profissionais. “Com o primeiro livro criamos uma identidade para o setor, empresas patrocinaram e criamos painéis nos corredores para as crianças lerem a história, reformamos salas de recreação e bordamos os jalecos de quem trabalha no setor”.
PROJETO
A partir da boa aceitação do primeiro livro, a educadora ávida leitora de livros infantis viu-se em meio a um projeto social de relevância para o hospital e surgiram assim mais e mais livros, que hoje somam-se em quatro. “É uma felicidade indescritível em ver crianças vendo os personagens e a busca delas pela recreação. A pediatria hoje está alegre e contagiou a todos que trabalham lá”, explica Giana.
O recurso proveniente da comercialização dos exemplares a equipe já conseguiu reformar a pediatria com melhorias na parte estética e na aquisição de itens para transformar o ambiente em um local mais agradável. Ainda foi possível auxiliar em projetos da UTI Neonatal.
Giana afirma que também busca trabalhar nos livros questões que auxiliem a criança e compreender o mundo sem preconceito e com mais tolerância. “As crianças são extremamente inteligentes e para cada livro pesquisei para que possam entender e conviver com as diferenças, lidar com amigos que sofrem discriminação. Que elas vejam que existem muito mais coisas para além do universo delas como refugiados”.
Até mesmo a questão de gênero é trabalhada colocando a mulher em evidência ao tratar das profissões. “Usei sempre a expressão ‘a médica e o enfermeiro’, e não o contrário como é mais comum, assim você vai trabalhando sem dizer explicitamente”. O projeto possui uma página na internet, http://paginadolino.com.br.