Assim como os jovens aprendizes rurais, o Instituto Crescer Legal faz planos para o futuro. Ao completar quatro anos de atividades, em 23 de abril, a entidade que já tocou a vida de pelo menos 350 jovens rurais, quer fazer mais. E a curto prazo. “Estamos trabalhando para implementar em breve uma turma em outra região produtora do Rio Grande do Sul, possivelmente no Sul do Estado, e futuramente em Santa Catarina”, afirma o diretor presidente do Instituto Crescer Legal, Iro Schünke, sobre o inovador Programa de Aprendizagem Profissional Rural que dá oportunidade ao jovem do campo para se qualificar e, ao mesmo tempo, receber remuneração como jovem aprendiz.
Desde que foi lançado, em 2015, o Instituto formou 204 jovens no curso “Empreendedorismo em Agricultura Polivalente – Gestão Rural” do Programa de Aprendizagem Profissional Rural. Em 2019, mais 136 meninos e meninas entre 14 e 17 anos, de sete municípios gaúchos, foram contratados via Lei da Aprendizagem. Diferente do que acontece na cidade, ao invés de trabalharem na empresa contratante, se reúnem diariamente no contraturno escolar para falar sobre e vivenciar práticas de gestão rural e empreendedorismo. Os encontros iniciaram em março e seguem até o final do ano em Boqueirão do Leão, Cerro Branco, Herveiras, Passo do Sobrado, Sinimbu, Vale do Sol e Vera Cruz.
Iniciativa do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e suas empresas associadas, o Instituto Crescer Legal tomou forma com o apoio e adesão de pessoas envolvidas com a educação e com o combate ao trabalho infantil, em especial em áreas com plantio de tabaco, na Região Sul do País. A meta: oferecer subsídios para que o jovem permaneça e se desenvolva no meio rural e, ao mesmo tempo, combater o trabalho infantil no campo.
Segundo Schünke, que também é presidente do SindiTabaco, combater o trabalho infantil tem sido pauta da entidade há mais de duas décadas e essa experiência possibilitou a confrontação com os problemas enfrentados pelos adolescentes no meio rural. “Foi essa caminhada que fez com que o Instituto surgisse. E tem sido a nossa vontade e empenho de querer ser parte da solução que todos esses resultados têm sido alcançados em tão pouco tempo. Somos gratos às nossas associadas, aos parceiros e também aos jovens e seus familiares, por estarmos juntos escrevendo uma nova página sobre aprendizagem e qualificação no meio rural”, reiterou Schünke.
Segundo ele, o Instituto inova ao proporcionar ao jovem um curso de gestão com rendimentos mensais. “Ao mesmo tempo em que se aprimora, o jovem repensa suas oportunidades na propriedade e fica longe de trabalhos impróprios para sua idade, tendo uma fonte de renda própria”, diz.
VOZ FEMININA – Promover a igualdade de gênero também está entre os objetivos do Instituto. Desde 2017, 18 egressas do Programa de Aprendizagem participaram em duas turmas do projeto Nós por Elas – A voz feminina do campo, realizado em parceria com o curso de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Vera Cruz. As oficinas culminaram em programas de rádio e conteúdo para a internet sobre temas como a mulher no mercado de trabalho, gravidez na adolescência, trabalho infantil e violência contra mulher. Uma nova edição do projeto deve acontecer no segundo semestre de 2019.
CRÉDITO: AI Crescer Legal