Os setores econômicos do Rio Grande do Sul já começam a sentir os impactos da pior tragédia climática do país. As enchentes históricas que assolam o estado já afetaram o funcionamento de mais de 95% dos estabelecimentos industriais gaúchos, segundo estimativa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). A Câmara de Comércio Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva) afirma que o atual desafio do setor produtivo local e regional, é a logística, para garantir o recebimento de mercadorias e realizar envio de encomendas.
“Há atualmente uma dificuldade logística que afeta empresas não só de Venâncio Aires, mas toda a região e grande parte do estado. O foco é restaurar os acessos. Sabemos que não é só a RSC-287, mas também os acessos à capital, o aeroporto inoperante, tudo impacta o andamento. Mas agora o foco é restabelecer ao menos o acesso para Porto Alegre, o que deve ser solucionado em curto espaço de tempo,” afirma a gerente da Caciva, Lisete Stertz.
A Caciva está envolvida nas ações de estímulo ao consumo de produtos fabricados, comercializados e serviços ofertados em Venâncio Aires. Além disso, a entidade garante representatividade na união de forças empresarial junto à concessionária Rota de Santa Maria, para restabelecer trafegabilidade na RSC-287 em Picada Mariante.
IMPACTOS
De acordo com a Fiergs, grandes empresas do Rio Grande do Sul paralisaram suas operações ou estão operando parcialmente. Algumas optaram por colocar seus funcionários em home office, enquanto outras deram férias coletivas. Entre elas estão Gerdau, Tramontina, Renner e montadoras, como a GM. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a economia do Rio Grande do Sul representa cerca de 6,5% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Já a indústria gaúcha representa 6,6% do total, e os serviços 5,9%. Enquanto isso, a agricultura do estado produz 12,7% do segmento doméstico.
FOTO: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini