Nesta quarta-feira, 25, é celebrado o Dia da Indústria. Setor que concentra em Venâncio Aires números expressivos na geração de empregos e na economia. Atualmente, mais de 12,5 mil trabalhadores estão ligados a este segmento da economia, que representa 60% do total de riquezas geradas na cidade. Dados tão significativos também apontam para desafios. Os negócios industriais, assim como outros setores, passam por transformações, seja pela excelência produtiva ou na mecanização de processos.
O parque industrial na região está diretamente ligado à cadeia produtiva do tabaco. Entretanto, novos polos, no caso de Venâncio Aires, como o metalmecânico ou de alimentação, estão em franco desenvolvimento e prometem crescimento significativo nos próximos anos.
O setor tem despontado em investimentos, apesar dos dois anos de pandemia, e na Capital do Chimarrão não é diferente. A evolução dos processos produtivos está em debate também no meio acadêmico, para a formação de mão de obra qualificada aos novos tempos de produção.
Conforme o coordenador do curso de Engenharia da Produção da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), André Luiz Emmel Silva, a Indústria 4.0 exigirá conhecimento sobre dados das empresas e necessidades em eficiência da produção. “Muito se fala sobre a esta nova etapa. A nossa indústria ainda está na 2.0, para evoluírmos é necessário que os gestores compreendam as necessidades e os processos produtivos. A eficiência do parque industrial é o foco neste novo momento da indústria.”
Para alcançar a evolução, o docente afirma que a melhora na produção industrial, com eficiência em excelência, é um caminho sem volta. “O desafio para os administradores é se conhecer. Saber todos os dados da produção, necessidades e gargalos. A partir disso elaborar e conhecer tendências para aprimorar, seja com novos equipamentos ou pessoas para elaborar uma empresa de alta performance,” comenta Silva.
UNIVERSIDADE
As novas necessidades do parque industrial regional também são analisadas pela Unisc. A instituição de ensino superior acompanha as mudanças nos processos de produção e projeta novos cursos para garantir a preparação de profissionais para os novos rumos. A universidade trabalha em três eixos, a de formação rápida, graduação e a especialização.
“A partir de demandas apontadas pelas empresas, estamos elaborando pacotes de cursos para formar mão de obra qualificada em cursos rápidos. Outro trabalho busca aprimorar os cursos de graduação com atualização frente às novas necessidades das empresas. E ainda um mestrado em Sistemas e Processos Industriais, focando nos profissionais que já estão atuando no setor industrial,” explica o reitor Rafael Henn.
PARCERIA
Henn destaca ainda que a universidade busca manter diálogo próximo com as empresas da região, para ouvir demandas e necessidades. Visitas ao campus sede são organizadas pela direção da instituição e empresários, para apresentar projetos e prospectar parcerias. Uma delas busca intermediar necessidades industriais com os laboratórios da Unisc. “Podemos centralizar na nossa estrutura laboratórios para testar produtos, realizar protótipos e estudos. Com isso, ao invés de empresários realizarem investimentos deste nível, otimizamos a nossa capacidade já instalada,” comenta.
Conforme a direção da instituição, as empresas apontam para a necessidade de mão de obra qualificada, especialmente porque o trabalho passou de braçal para intelectual. Desta forma, a coleta de necessidades deve apontar para novos cursos de formação curta para atender demandas específicas de setores.