O ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal e do processo de impeachment de Dilma Rousseff, determinou às 11h12 desta sexta-feira (26), a suspensão da sessão deste segundo dia de julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff, que foi retomado no início da tarde.
A suspensão da sessão decorreu de desavença entre senadores defensores e contrários ao impeachment, o que levou o presidente do Senado, Renan Calheiros, a exortar os parlamentares a manterem o bom nível dos trabalhos, sem apelar para ofensas pessoais.
“Fico triste porque essa sessão é sobretudo a demonstração de que a burrice é infinita”, disse Renan Calheiros (PMDB-AL), ao observar que o os olhos da nação e do mundo estão voltados para o Plenário do Senado, não podendo os parlamentares fugirem ao qualificado nível exigido pela sessão.
Neste segundo dia do julgamento estão previstas para ser ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa da acusada. Na quinta-feira (25), falaram os nomes arrolados pela acusação.
Na manhã desta sexta, o advogado da defesa, José Eduardo Cardozo, dispensou a testemunha Esther Dweck, ex-secretária de Orçamento, para não expô-la a constrangimento, visto que senadores defensores do impeachment pretendiam arguir sua suspeição. Cardozo também mudou o status de Ricardo Lodi para que seja interrogado como informante e não mais como testemunha, visto que este advogado atuou como assistente da perícia.
Discussões sobre a isenção das testemunhas e o legítimo direito de defesa exercido por Dilma Rousseff marcaram a primeira parte da sessão, quando Lewandowski alertou para o fato de que, quanto mais se alongassem os senadores em suas questões de ordem, mais se dilatará o prazo da sessão. Os senadores já preveem que a sessão de hoje entrará pela madrugada de sábado.
Acelerar
Para evitar que o depoimento da presidenta afastada Dilma Rousseff, marcado para a próxima segunda-feira (29), seja adiado, por causa da demora nas oitivas das testemunhas, todos os partidos favoráveis ao impeachment firmaram acordo há pouco e vão retirar as inscrições para fazer perguntas às cinco pessoas arroladas pela defesa.
Segundo o senador Aécio Neves (PSDB-MG), os parlamentares deste grupo só vão usar a palavra “se for necessária uma intervenção”. “Todos estão retirando suas assinaturas porque estas testemunhas já foram ouvidas na comissão especial e trazem aqui o objetivo intrínseco de procrastinar a sessão”, afirmou.
Fontes: Agência Senado e Agência Brasil / Foto: Geraldo Magela Agência Senado