Há exatos um ano e um dia, Venâncio Aires confirmava o primeiro caso de Covid-19 na cidade. O resultado positivo naquela segunda-feira de 13 de abril de 2020, veio após 50 testes realizados pelas equipes da Secretaria Municipal de Saúde. Depois de 12 meses, a Capital do Chimarrão já confirmou mais de 8 mil casos de infecção pelo novo Coronavírus (Covid-19). Destes, mais de 7,8 mil são considerados recuperados. Outros 104 óbitos foram registrados em decorrência de complicações causadas pela doença. Com o agravamento da pandemia, após este período, o cenário segue de alerta para os próximos meses, com novas cepas do vírus e congestionamento dos serviços de saúde.
Nesses mais de um ano de circulação do novo vírus, já foram realizados mais de 33,1 mil testes para analisar casos suspeitos em território venâncio-airense. O pior momento da pandemia, até então, foi vivido em todo o país no mês de março. Foi também neste período que a Capital do Chimarrão viu o maior número de mortes causadas pelo vírus, o colapso do sistema de saúde e o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) lotado.
Para o prefeito Jarbas da Rosa (PDT), o momento ainda é de atenção, e exige união da população. “Não queríamos estar perdendo vidas, perdemos muitos, mas o importante é saber que a luta continua, às vezes dá uma falsa impressão que está tudo bem. Hoje se discute o comportamento de risco, exigindo apoio de toda a população nos cuidados com a saúde.”
De acordo com o gestor público, o cenário ainda é crítico para a circulação do vírus, aliado a falta de medicamentos para intubação e sobrecarga do sistema de saúde. “Por isso os cuidados da população são fundamentais, para evitar elevação nos casos e sobrecarregar o sistema de saúde novamente, já que não há mais condições para ampliação de infraestrutura de saúde,” destaca.
VACINAÇÃO
A redução na circulação do vírus depende da ampliação da vacinação. “Que venham mais vacinas para diminuir a chance de uma nova onda, que seria mais dramática do que a registrada há um mês, frente aos desafios atuais com a falta de medicamentos, por exemplo,” afirma Rosa.
Até esta segunda-feira, 12, Venâncio Aires já havia aplicado 13.289 doses de vacinas contra a Covid-19. Destas, 11.536 são da primeira dose e outras 1.753 para complementação da imunização.
ESTUDO
Apesar de abril apresentar melhora em indicadores da covid-19 no Rio Grande do Sul, análise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgada no fim de semana alerta para risco de nova piora em Estados do Sul e do Centro-Oeste nas próximas semanas. O crescimento de casos, especialmente os graves, quando há necessidade de internação hospitalar, podem ocorrer por conta do feriadão de Páscoa e o próximo dia 21, feriado de Tiradentes. O mesmo ocorreu no período de Carnaval, em fevereiro deste ano, resultando em sobrecarga da rede de saúde 20 dias depois.
PREVENÇÃO AINDA É A PRINCIPAL MEDIDA
As medidas centradas na prevenção da doeça ainda são fundamentais no combate a pandemia. Um ano depois, o uso correto de máscaras, de álcool gel, distanciamento social e evitar aglomerações permanecem importantes para o controle da contaminação, alerta a médica infectologista, Sandra Knudsen. Mesmo com a redução do número de novos casos em abril, ainda não há leito de UTI sobrando. “De forma alguma a gente pode baixar a guarda, temos que continuar segurando essa onda. Retrocedeu de um caos absoluto para um caos um pouco mais controlável”, afirma.
Para a especialista, nesse um ano convivendo com a doença, o que se sabe hoje é a importância de acompanhar cada paciente individualmente, frente a falta de medicação que cause impacto na cura. “É fundamental atender precocemente, quando eu falo atender é bem esse o termo mesmo, é manejar cada caso individualmente. Vimos que não existe uma regra para evolução”.
Além disso, a especialista destaca como avanço neste cenário a evolução dos testes disponíveis atualmente. Os exames moleculares, com coleta de material por meio de cotonete, contribuem para o diagnóstico assertivo e em menor tempo, cerca de duas horas. “O acesso ao diagnóstico é muito bom, acho que isso é uma das partes que facilita muito o manejo do paciente e estão facilmente acessíveis a toda população”, avalia Sandra.