Nas regiões produtoras de tabaco, as embalagens de agrotóxicos usadas nas propriedades rurais pelos produtores integrados são retiradas do meio ambiente e encaminhadas para o destino correto. A ação é do Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos, que realiza a coleta em todos os municípios produtores de tabaco do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, passando periodicamente por cerca de 2,6 mil pontos de recebimento.
Criado em 23 de outubro do ano 2000, pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), o programa já recebeu quase 15 milhões de embalagens, em trabalho que inclui esforços das equipes de campo das empresas associadas e da Associação dos Fumicultores do Brasil. A coleta é realizada por uma empresa terceirizada e especializada na atividade. São duas equipes que percorrem roteiros distintos em cada região, indo ao encontro dos produtores, que previamente recebem convites entregues por seus orientadores com informações sobre os locais, datas e horários do recebimento em cada localidade. Além disso, a coleta conta com um software desenvolvido especialmente para o Programa, no qual todas as informações são armazenadas no momento da coleta, permitindo o acompanhamento da operação em tempo real.
Segundo o coordenador do programa, Carlos Alberto Sehn, ao recolher as embalagens, o programa preserva o meio ambiente, assegurando ainda a saúde e a segurança do produtor e da sua família. Após recebidas, as embalagens são enviadas para centrais de recebimento credenciadas pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), onde passam por triagem e separação para, então, seguirem à destinação final. “Aproximadamente 90% do material coletado é reciclado e usado na produção de outros produtos, principalmente na construção civil, como rodas e caçambas para carriolas e conduítes corrugados, caixas de descarga para sanitários e tubulações para esgoto sanitário, entre outros”, explica Sehn. “E o restante do material, cerca de 10%, é destinado para incineradoras licenciadas”, completa.
Esse programa pioneiro atende exclusivamente os produtores de tabaco. No entanto, como os agricultores são diversificados e produzem outros cultivos além do tabaco, os mesmos têm a oportunidade de entregar também as embalagens dos agrotóxicos usados nas outras atividades, o que justifica o número expressivo de recipientes coletados. “Na verdade, o tabaco é o produto agrícola comercial que menos utiliza agrotóxicos”, explica o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke. “Uma pesquisa conduzida pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP) mostrou que o tabaco usa apenas 1,2 quilo de ingrediente ativo por hectare”, acrescenta o executivo.
O PROGRAMA
- É anterior à legislação que determina a devolução das embalagens às suas respectivas origens. Crido no ano 2000, antecedeu o Artigo 53, do Decreto 4.074, de 04 de janeiro de 2002.
- Beneficia 120 mil produtores, com comodidade e segurança na devolução dos recipientes em pontos de coleta localizados próximos de suas propriedades;
- Quem adere ao programa e entrega as embalagens tríplices lavadas, ganha recibos – fundamentais para apresentação aos órgãos de fiscalização ambiental;
- Atualmente, os dois caminhões do Programa de Recebimento estão percorrendo a região serrana gaúcha. O itinerário, que vai até 23 de janeiro, está percorrendo localidades rurais de 67 municípios
CRÉDITO: AI Sinditabaco
FOTO: Junio Nunes